Obras da Futura Estação Freguesia do Ó (Linha 6-Laranja) |
Primeira PPP completa a assumir uma obra de linha de Metrô no Brasil, a Linha 6-Laranja
sofre, por enquanto, dos mesmos males de outros projetos tocados de
forma ortodoxa – ou seja, com o poder público licitando a obra em partes
e pagando conforme o avanço dela. Dois anos após a assinatura do
contrato com o Consórcio Move SP, a nova linha do Metrô ainda tem um ritmo lento e com apenas quatro frentes de trabalho das 32 previstas. tempo de
receita na PPP.
Exceto pelo VSE Tietê, um imenso poço que está sendo escavado ao lado
da Marginal Tietê (foto acima) e por onde devem partir os dois
‘tatuzões’ que abriram os túneis da linha, no resto dos 15,3 km
previstos há poucos sinais que há uma nova linha de metrô prestes a
surgir.
Segundo o Governo do Estado de São Paulo, já existem obras também na
futura estação Freguesia do Ó e no pátio Morro Grande, onde será feita a
manutenção dos trens e será feito o controle de operação.
Desapropriações
Um dos problemas pelo que passa a Linha 6-Laranja é o mesmo que outras obras
públicas têm, a lentidão das desapropriações. O custo é bancado pelo
estado, mas nem isso facilitou o processo. Como havia algumas dúvidas
quanto ao papel de cada parceiro na linha, muitos advogados acabaram
contestando a validade das desapropriações, o que atrasou a liberação de
imóveis.
Mais recentemente, a questão tem sido financeira. O governo estadual
não conseguiu liberar os imoveis na rapidez que o consórcio desejava,
algo que deve acontecer apenas no primeiro semestre de 2016.
A gestão Alckmin anunciou nesta semana um empréstimo de R$ 690
milhões junto à Caixa Econômica Federal para pagar as desapropriações
pendentes, sobretudo de regiões mais valorizadas da cidade. É nítida a
falta de imóveis vazios na região de Sumaré, Higienópolis e Bela Vista,
por exemplo.
Lava-Jato
Mas a linha não vive apenas das dificuldades do governo. Também o
consórcio, formado pela Odebrecht, Queiroz Galvão e UTC, não tem
mostrado celeridade nos terrenos dos quais já tem a posse. Estações como
Santa Marina, João Paulo I, Itaberaba e Pompéia estão apenas com os
imóveis demolidos, sem sinal ainda de obras mais pesadas.
Há rumores que as três empresas, envolvidas na operação Lava-Jato,
estariam com dificuldades para obter financiamento para a obra, o que
explicaria a falta de um ritmo mais forte depois desses dois anos.
A experiência até agora mostra que a burocracia do país acaba
contaminando até mesmo uma obra em que o parceiro privado tem mais
liberdade para planejar sua execução. Isso mostra que o cerne da questão
não está apenas na modalidade escolhida para uma obra pública, mas sim
em destravar gargalos que atingem qualquer tipo de projeto.
Fato é que o prazo para início de operação exigirá uma estratégia
mais agressiva nas obras, algo que a Move São Paulo tem dado a entender
que fará ao contratar alguns serviços e estudos mais avançados para
otimizar seu trabalho. O contrato de 25 anos se encerra em 2039 e a
expectativa é de que a linha comece a operar em 2020, ou seja, dentro de
no máximo cinco anos. Um atraso significativo será prejuízo não só para
a população como também para o consórcio, que terá menos tempo de
receita na PPP.
Fonte da Notícia: Metrocptm
Imagem: Portal Via Trólebus
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