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terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Obras da Linha 6-Laranja (privada) tem o mesmo ritmo das obras do Metrô (estatal)


Profundidade do primeiro poço é grande
Obras da Futura Estação Freguesia do Ó (Linha 6-Laranja)
Primeira PPP completa a assumir uma obra de linha de Metrô no Brasil, a Linha 6-Laranja sofre, por enquanto, dos mesmos males de outros projetos tocados de forma ortodoxa – ou seja, com o poder público licitando a obra em partes e pagando conforme o avanço dela. Dois anos após a assinatura do contrato com o Consórcio Move SP, a nova linha do Metrô ainda tem um ritmo lento e com apenas quatro frentes de trabalho das 32 previstas.  tempo de receita na PPP.

Exceto pelo VSE Tietê, um imenso poço que está sendo escavado ao lado da Marginal Tietê (foto acima) e por onde devem partir os dois ‘tatuzões’ que abriram os túneis da linha, no resto dos 15,3 km previstos há poucos sinais que há uma nova linha de metrô prestes a surgir.

Segundo o Governo do Estado de São Paulo, já existem obras também na futura estação Freguesia do Ó e no pátio Morro Grande, onde será feita a manutenção dos trens e será feito o controle de operação.

Desapropriações

Um dos problemas pelo que passa a Linha 6-Laranja é o mesmo que outras obras públicas têm, a lentidão das desapropriações. O custo é bancado pelo estado, mas nem isso facilitou o processo. Como havia algumas dúvidas quanto ao papel de cada parceiro na linha, muitos advogados acabaram contestando a validade das desapropriações, o que atrasou a liberação de imóveis.

Mais recentemente, a questão tem sido financeira. O governo estadual não conseguiu liberar os imoveis na rapidez que o consórcio desejava, algo que deve acontecer apenas no primeiro semestre de 2016.

A gestão Alckmin anunciou nesta semana um empréstimo de R$ 690 milhões junto à Caixa Econômica Federal para pagar as desapropriações pendentes, sobretudo de regiões mais valorizadas da cidade. É nítida a falta de imóveis vazios na região de Sumaré, Higienópolis e Bela Vista, por exemplo.

Lava-Jato

Mas a linha não vive apenas das dificuldades do governo. Também o consórcio, formado pela Odebrecht, Queiroz Galvão e UTC, não tem mostrado celeridade nos terrenos dos quais já tem a posse. Estações como Santa Marina, João Paulo I, Itaberaba e Pompéia estão apenas com os imóveis demolidos, sem sinal ainda de obras mais pesadas.

Há rumores que as três empresas, envolvidas na operação Lava-Jato, estariam com dificuldades para obter financiamento para a obra, o que explicaria a falta de um ritmo mais forte depois desses dois anos.

A experiência até agora mostra que a burocracia do país acaba contaminando até mesmo uma obra em que o parceiro privado tem mais liberdade para planejar sua execução. Isso mostra que o cerne da questão não está apenas na modalidade escolhida para uma obra pública, mas sim em destravar gargalos que atingem qualquer tipo de projeto.

Fato é que o prazo para início de operação exigirá uma estratégia mais agressiva nas obras, algo que a Move São Paulo tem dado a entender que fará ao contratar alguns serviços e estudos mais avançados para otimizar seu trabalho. O contrato de 25 anos se encerra em 2039 e a expectativa é de que a linha comece a operar em 2020, ou seja, dentro de no máximo cinco anos. Um atraso significativo será prejuízo não só para a população como também para o consórcio, que terá menos tempo de receita na PPP.

Fonte da Notícia: Metrocptm
Imagem: Portal Via Trólebus

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