Estação República (Linha 3-Vermelha) |
Uma funcionária de uma cabine de recarga do Bilhete Único foi estuprada
dentro do seu posto de trabalho na Estação República, no centro, uma das
mais movimentadas do Metrô. Ela se preparava para sair quando foi
abordada por dois criminosos.
A ocorrência, na noite de 02/04/2015, só veio a público ontem, após denúncia de empregados do Metrô, que alegam que a
empresa tentou abafar o caso. A Polícia Civil está investigando e já
tem imagens de câmeras de vigilância que podem ajudar a identificar os
bandidos.
Contratada da empresa Prodata Mobility, uma das prestadoras do serviço
de bilhetagem do Metrô, a operadora de recarga tem 18 anos de idade.
Segundo o boletim de ocorrência interno do Metrô de número 424/15, por
volta das 23h30, ela estava encerrando suas atividades quando tentou ver
pelo olho mágico da porta do quiosque, que fica perto da saída para a
Rua do Arouche, antes de abri-la. O mecanismo, porém, "estava quebrado".
A jovem, então, apagou a luz e abriu a porta. Nesse momento, "foi
surpreendida por um indivíduo" de aproximadamente 1,75 metro de altura,
de compleição física "forte", com os cabelos raspados e usando óculos.
"Sob ameaça", o homem amarrou as mãos da funcionária "atrás das costas
com fita adesiva, tirou a roupa da vítima e praticou ato sexual".
Em seguida, o estuprador abriu a porta da cabine, que é blindada, "para a
entrada de um segundo indivíduo", com cerca de 1,80 metro de altura, de
compleição "fraca" e trajando roupa social. O primeiro bandido o
chamava de "Rafinha". Esse criminoso perguntou à vítima "se ela sabia
abrir o cofre" que fica dentro da cabine, ao que a jovem respondeu que
não. O próprio bandido tentou abrir o equipamento, mas não conseguiu.
Segundo o boletim de ocorrência interno, "Rafinha" chegou a levar um
carrinho de mão "tipo armazém" para carregar o cofre para fora do
quiosque da Prodata. Os celulares da vítima e da empresa foram roubados
pelos criminosos, que fugiram. Antes de saírem da cabine, eles
desamarraram a funcionária "e determinaram que esta permanecesse dentro
do quiosque uns 30 minutos". Quando saiu, a jovem pediu socorro a
seguranças do Metrô que estavam perto da área das catracas.
Assistência
O diretor de contratos da Prodata, José Carlos Martinelli,
afirmou que a empresa nunca havia enfrentado um crime do gênero desde
que passou a trabalhar no Metrô, em 2011. "A empresa registrou a
ocorrência na Delegacia do Metrô e está prestando toda a assistência
psicológica à vítima, que foi levada para um hospital. O assaltante
destruiu o sistema de câmeras da cabine, o que provocou um
curto-circuito que apagou as imagens registradas no computador."
Porém, de acordo com Osvaldo Nico Gonçalves, diretor da Deatur, que controla a Delpom, imagens de câmeras do próprio
Metrô, externas, poderão ajudar na identificação dos bandidos, que, até o
início da tarde desta segunda-feira, 6, ainda não haviam sido
encontrados.
Martinelli afirma que a cabine permanece fechada desde o estupro e que o
local escolhido para a sua instalação foi determinado pelo Metrô.
Funcionários do Metrô, sob a condição de anonimato, relataram que o
ponto em que o quiosque está instalado é perigoso e não é tão bem
servido por câmeras de vigilância. Martinelli disse que a Prodata
tentará discutir com o Metrô um lugar mais adequado para a instalação do
posto de recarga. Ele também disse que não tem como confirmar se o olho
mágico estava defeituoso e comunicou que a funcionária ficará afastada
tanto quanto for necessário.
Procurado de manhã, o Metrô ainda não respondeu aos questionamentos feitos pela reportagem sobre o crime na Estação República.
Fonte da Notícia: Folha de São Paulo
Imagem: Wikipedia
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