Estação República (Linha 3-Vermelha) |
Uma funcionária de uma cabine de recarga do Bilhete Único foi estuprada
dentro do seu posto de trabalho na Estação República, no centro, uma das
mais movimentadas do Metrô. Ela se preparava para sair quando foi
abordada por dois criminosos. A ocorrência só veio a público ontem após denúncia de empregados do
metrô. Eles alegam que a empresa tentou abafar o caso. A Polícia Civil
está investigando e já tem imagens de câmeras de vigilância que podem
auxiliar a identificar os bandidos.
Contratada da empresa Prodata Mobility, uma das prestadoras do serviço
de bilhetagem do metrô, a operadora de recarga tem 18 anos. Segundo o
boletim de ocorrência interno, por volta das 23h30, ela estava
encerrando suas atividades quando tentou ver pelo olho mágico da porta
do quiosque, que fica perto da saída para a Rua do Arouche, antes de
abri-la. O mecanismo, porém, "estava quebrado".
A jovem, então, apagou a luz e abriu a porta. Nesse momento, "foi
surpreendida por um indivíduo" de aproximadamente 1,75 metro de altura,
de compleição física "forte", com os cabelos raspados e usando óculos. O
homem amarrou as mãos da funcionária "atrás das costas com fita
adesiva, tirou a roupa da vítima e praticou ato sexual".
Em seguida, o estuprador abriu a porta da cabine, que é blindada, para a
entrada de uma segunda pessoa, com cerca de 1,80 metro de altura, de
compleição "fraca" e trajando roupa social. O primeiro bandido o chamava
de "Rafinha". Esse criminoso perguntou à vítima "se ela sabia abrir o
cofre" que fica dentro da cabine, ao que a jovem respondeu que não. O
próprio bandido tentou abrir o equipamento, mas não conseguiu.
Segundo o boletim, "Rafinha" chegou a levar um carrinho de mão ("tipo
armazém") para carregar o cofre para fora do quiosque da Prodata. Os
celulares da vítima e da empresa foram roubados pelos criminosos, que
fugiram. Antes de saírem da cabine, eles desamarraram a funcionária "e
determinaram que ela permanecesse dentro do quiosque por uns trinta
minutos". Quando saiu, a jovem pediu socorro a seguranças do metrô que
estavam perto da área das catracas.
Assistência
O diretor de contratos da Prodata, José Carlos Martinelli, afirmou que a
empresa nunca havia enfrentado um crime do gênero desde que passou a
trabalhar no Metrô, em 2011. "A empresa registrou a ocorrência na
Delegacia do Metrô e está prestando toda a assistência psicológica à
vítima, que foi levada para um hospital. O assaltante destruiu o sistema
de câmeras da cabine, o que provocou um curto-circuito que apagou as
imagens registradas no computador."
Porém, de acordo com Osvaldo Nico Gonçalves, diretor da Deatur, que controla a Delpom, imagens de câmeras do próprio
Metrô, externas, poderão ajudar na identificação dos bandidos, que, até o
início da tarde de ontem ainda não haviam sido encontrados.
Martinelli afirma que a cabine permanece fechada desde o estupro e que o
local escolhido para a sua instalação foi determinado pelo metrô.
Funcionários do metrô, sob a condição de anonimato, relataram que o
ponto em que o quiosque está instalado é perigoso e não é tão bem
servido por câmeras de vigilância. Martinelli disse que a Prodata
tentará discutir com o metrô um lugar mais adequado para a instalação do
posto de recarga. Ele também disse que não tem como confirmar se o olho
mágico estava defeituoso e comunicou que a funcionária ficará afastada
quanto tempo for necessário.
Procurado, o Metrô confirma o caso e diz que funcionários da Companhia
prestaram o primeiro socorro à vítima. "A Companhia vem prestando todo o
auxilio à Polícia, inclusive cedendo imagens dos circuitos de
vigilância, para ajudar na investigação do caso. O Metrô tem mais de 1
100 agentes de segurança, que atuam uniformizados ou à paisana, e 3 000
câmeras distribuídas ao longo de suas linhas, nos trens e nas estações",
informou por nota.
Fonte da Notícia: Revista Veja
Imagem de Ronny Santos
Nenhum comentário:
Postar um comentário