Estação República (Linha 3-Vermelha) |
Uma funcionária de 18 anos foi estuprada por dois
homens dentro da cabine de recarga do Bilhete Único onde trabalha na
estação República do Metrô, na região de São Paulo. O caso aconteceu na semana passada, mas só foi divulgado ontem.
Segundo
informações do Boletim de Ocorrência elaborado pelo Metrô, a vítima
encerrava seu expediente de trabalho, às 23h27 daquela noite. Antes de
sair, ela olhou pelo olho mágico da porta. Como o equipamento não estava
funcionando, ela não viu um homem atrás da porta. Ela informou que
apagou a luz e saiu da cabine.
Neste
momento, um homem descrito pela vítima como "pardo, de aproximadamente
1,75m de altura, compleição física forte, cabelos raspados, usando
óculos, trajando camisa social e calça listrada", que estava do lado de
fora da cabine, a ameaçou, amarrou as mãos dela atrás das costas com
fita adesiva e a estuprou.
Na
sequencia, ainda segundo o Boletim de Ocorrência, o estuprador abriu a
porta para outro homem descrito pela vítima como "pardo, aproximadamente
1,80 m de altura, compleição física fraca, cabelo liso, trajando roupa
social”. De acordo com relato da vítima, o homem era chamado de
"Rafinha" pelo primeiro.
Rafinha
teria questionado se a vítima sabia abrir o cofre da cabine. Diante da
resposta negativa, os criminosos ainda tentaram usar a força para forçar
a abertura, mas não conseguiram. A dupla fugiu levando dois celulares
que estavam na cabine. Antes de sair do local, porém, eles mandaram a
vítima aguardar cerca de meia hora para pedir ajuda.
A
jovem saiu do local alguns minutos depois, procurou os seguranças do
local, foi socorrida e levada à delegacia do Metrô, onde prestou
depoimento. Em seguida, foi encaminhada para realização de exames.
“Ela
fez exame de corpo de delito no dia e tem uma avaliação médica. Ela
terá esse período de afastamento e depois vamos avaliar como manter a
atividade dela”, afirmou José Carlos Martinelli, diretor de Contratos da
Prodata. Segundo ele, a jovem é funcionária da empresa há três meses e
ainda não há definição se ela continuará no trabalhando no mesmo local
quando retornar ao trabalho.
“Mas
a grande preocupação agora é com o estado médico e psicológico dela.
Não vamos forçar nenhum tipo de trabalho que piore o trauma da situação
que viveu”, disse Martinelli.
Câmeras de segurança foram quebradas
Martinelli,
da Prodata, confirmou que o olho mágico da cabine estava quebrado no
dia do crime. Segundo ele, por uma questão de segurança, os funcionários
têm de checar o visor antes de abrir a porta.
Ao
iG, o diretor confirmou ainda que a cabine onde a funcionária foi
atacada tem câmeras que poderiam ter filmado ação. Mas o estuprador
teria quebrado o equipamento interno assim que entrou na cabine. “Quando
ele quebrou a interna, o sistema de gravação teve um curto circuito,
que danificou também as gravações da câmera externa. Não foi possível,
com os equipamentos que a gente tem, ver as imagens. Mas o disco rígido
foi encaminhado para a polícia tentar recuperar a gravação”.
Em
nota, o Metrô informou que tem mais de “3 mil câmeras de segurança
espalhadas ao longo das linhas, nos trens e estações” e disse que
disponibilizou as imagens para a polícia. O delegado responsável pelo
caso não atendeu a reportagem na tarde desta segunda-feira.
O
diretor da Prodata disse ainda que este foi o primeiro caso de estupro
dentro de uma cabine da empresa no Metrô, mas se diz preocupado com a
segurança dos funcionários, que prestam serviço dentro das estações.
“Em
situações anteriores, de assaltos, a gente procurou o Metrô. Ele alega
que não tem responsabilidade com a segurança dos concessionários. Mas é o
Metrô que define onde vai estar localizada a cabine. Eu não tenho
conhecimento de quais locais são seguros ou inseguros. Acho que essa é a
grande divergência que vai permear a nossa conversa com o Metrô”.
Martinelli confirmou que a falta de segurança pode até “inviabilizar” a
prestação do serviço de recarga do Bilhete Único dentro das estações.
“Violência atroz”, diz sindicato
O
caso foi definido como "violência atroz" por Marisa dos Santos Mendes,
diretora da Secretaria de Mulheres do Sindicato dos Metroviários de São
Paulo.
"Qualquer
mulher que seja agredida, violentada, estuprada já é um fato bárbaro.
Mas além dessa questão machista, está envolvida a segurança do trabalho.
Ela foi vítima de violência quando estava trabalhando. Tem que dar
condições de trabalho. Aconteceu tudo isso e ninguém viu", diz.
O
Metrô informou ainda que tem mais de 1.100 agentes de segurança, que
atuam uniformizados ou à paisana, e três mil câmeras distribuídas ao
longo de suas linhas, nos trens e nas estações
O
número é considerado insuficiente pelo sindicato dos metroviários.
“Eles estão divididos em quatro linhas, em todas as estações e em três
horários diferentes. Mas o Metrô tem uma demanda muito grande. Um
sistema superlotado requer uma segurança maior”, diz Marisa.
Fonte da Notícia: Portal Ig
Imagem: Passageiro Interativo
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