As receitas provenientes de fontes não ligadas à tarifa do serviço de
transporte, como publicidade, aluguel de terrenos e cessão de espaços
ao varejo, entre outras, são essenciais para que o Metrô de São Paulo
equilibre suas contas. Este foi um dos resultados apresentados por
George Millard, gerente de negócios do Metrô de SP, no Fórum
Movecidades.
Segundo Millard, o Metrô de São Paulo consegue hoje captar até US$
0,07 por passageiro em receitas não-tarifárias. O índice ainda é baixo
comparado com o metrô de Hong Kong, por exemplo, o mais eficaz do mundo
em receitas desse tipo, que atingem quase US$ 0,40 por passageiro. Mas,
ao menos, o volume arrecadado pelo metrô paulista garante que, somado às
receitas com a tarifa, as contas fechem de forma equilibrada.
"Conseguimos empatar com os custos", afirmou Millard.
O Metrô de São Paulo trabalha essencialmente com quatro fontes de
receitas não-tarifárias: publicidade, desenvolvimento imobiliário,
varejo, e um quarto conceito denominado "inovação". Somadas essas
frentes, a arrecadação não-tarifária atinge cerca de 10% do equivalente à
receita com tarifas, o que representa um reforço de caixa que diminui a
dependência de repasses do governo estadual.
Dessas quatro frentes de arrecadação, segundo Millard, cerca de 49% é
proveniente do que a companhia denomina "desenvolvimento imobiliário".
São as receitas que vêm de contratos de uso de seus terrenos, explorados
por shopping centers, estacionamentos, terminais de ônibus, entre
outros. O Metrô de São Paulo conta hoje com cinco shoppings junto a
algumas de suas estações, e dois outros estão em construção.
O segmento do varejo, que responde por 23% das receitas
não-tarifárias, é o que gera ganhos com a cessão de espaços em suas
estações para lojas, quiosques, estandes e máquinas dispensadoras de
produtos. Millard explicou que apenas 40% da capacidade de seu espaço é
cedida a locatários varejistas. É necessário estabelecer limites para
não comprometer a circulação do público.
Outros 22% são provenientes de publicidade, tanto dentro dos trens
quanto nas paredes das estações. O restante vem do que a companhia chama
de "inovação", que corresponde à exploração de novos serviços de modo
criativo, como aplicativos de geolocalização que integram o metrô a
empresas nos arredores das estações, oferecendo ao público passante
serviços em tempo real, entre outras possibilidades.
George Millard concluiu sua apresentação explicando que convém
planejar essas maneiras de se gerar receitas não-tarifárias antes mesmo
das estações serem construídas. Atualmente, o Metrô constrói os espaços e
depois procura descobrir como rentabilizar essas áreas disponíveis. O
ideal é planejar isso previamente, o que aumentaria ainda mais o
potencial de arrecadação com esses tipos de serviços.
Fonte da Notícia: Revista Ferroviária
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