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sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Receitas não-tarifárias completam orçamento do Metrô de SP

As receitas provenientes de fontes não ligadas à tarifa do serviço de transporte, como publicidade, aluguel de terrenos e cessão de espaços ao varejo, entre outras, são essenciais para que o Metrô de São Paulo equilibre suas contas. Este foi um dos resultados apresentados por George Millard, gerente de negócios do Metrô de SP, no Fórum Movecidades.

Segundo Millard, o Metrô de São Paulo consegue hoje captar até US$ 0,07 por passageiro em receitas não-tarifárias. O índice ainda é baixo comparado com o metrô de Hong Kong, por exemplo, o mais eficaz do mundo em receitas desse tipo, que atingem quase US$ 0,40 por passageiro. Mas, ao menos, o volume arrecadado pelo metrô paulista garante que, somado às receitas com a tarifa, as contas fechem de forma equilibrada. "Conseguimos empatar com os custos", afirmou Millard.

O Metrô de São Paulo trabalha essencialmente com quatro fontes de receitas não-tarifárias: publicidade, desenvolvimento imobiliário, varejo, e um quarto conceito denominado "inovação". Somadas essas frentes, a arrecadação não-tarifária atinge cerca de 10% do equivalente à receita com tarifas, o que representa um reforço de caixa que diminui a dependência de repasses do governo estadual.

Dessas quatro frentes de arrecadação, segundo Millard, cerca de 49% é proveniente do que a companhia denomina "desenvolvimento imobiliário". São as receitas que vêm de contratos de uso de seus terrenos, explorados por shopping centers, estacionamentos, terminais de ônibus, entre outros. O Metrô de São Paulo conta hoje com cinco shoppings junto a algumas de suas estações, e dois outros estão em construção.

O segmento do varejo, que responde por 23% das receitas não-tarifárias, é o que gera ganhos com a cessão de espaços em suas estações para lojas, quiosques, estandes e máquinas dispensadoras de produtos. Millard explicou que apenas 40% da capacidade de seu espaço é cedida a locatários varejistas. É necessário estabelecer limites para não comprometer a circulação do público.

Outros 22% são provenientes de publicidade, tanto dentro dos trens quanto nas paredes das estações. O restante vem do que a companhia chama de "inovação", que corresponde à exploração de novos serviços de modo criativo, como aplicativos de geolocalização que integram o metrô a empresas nos arredores das estações, oferecendo ao público passante serviços em tempo real, entre outras possibilidades.

George Millard concluiu sua apresentação explicando que convém planejar essas maneiras de se gerar receitas não-tarifárias antes mesmo das estações serem construídas. Atualmente, o Metrô constrói os espaços e depois procura descobrir como rentabilizar essas áreas disponíveis. O ideal é planejar isso previamente, o que aumentaria ainda mais o potencial de arrecadação com esses tipos de serviços.

Fonte da Notícia: Revista Ferroviária

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