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quinta-feira, 24 de abril de 2014

Sobre a expansão do Metrô de São Paulo

Ficheiro:Metrô SP.png
Atual mapa do Metrô de São Paulo
São Paulo assim como outras grandes cidades do mundo “tem muita gente”. Por muitos anos (e a história e a economia podem ajudar melhor a lhe fornecer tais dados) São Paulo foi vista como a cidade destino de muitos que vieram em busca de melhores qualidades de vida, saindo de outros estados, criando o estado com a maior economia do país. Mas, além disso, este êxodo social teve um custo bem alto: SP está à beira de parar. É muita gente, muitos carros e pouca mobilidade pensada em prol do coletivo.

Segundo o último censo feito (2011) os paulistanos já somam 11,32 milhões. Segundo dados do Metrô de SP, destes 11,32 milhões, 4,5 milhões utilizam o Metrô todo dia. É quase a população inteira do Paraguai, que em 2012 chegou 6,687 milhões de pessoas.São números grandes demais para uma cidade de 1.523 km², ou seja, SP é um país dentro de outro país. (Todos os dados colhidos em buscas do Google. Dados usados apenas para comparação).

Mesmo assim, nos últimos anos os governos estaduais e federais não colocaram a mobilidade essencial necessidade de seus mandatos. Não podemos deixar de olhar para o caos da saúde e da falta de segurança pública que há anos vemos em nossos telejornais. Verba para cobrir todos estes projetos não falta. Falta é à vontade em investir na mobilidade. Nos últimos dez anos, apenas a Linha 4-Amarela virou realidade. E mesmo assim, a Linha ainda não está completa, restando ao governo atual (ou ao próximo) entregar cinco estações: Higienópolis-Mackenzie, Oscar Freire, Fradique Coutinho, São Paulo-Morumbi e Vila Sônia.

Esta falta de investimento (e de vontade do governo) começa a refletir também nas falhas constantes que as Linhas 1 e 3 vem sofrendo. Com um sistema funcionando cotidianamente além do limite, quando alguma falha acontece (seja nos equipamentos nos trilhos ou mesmo com as composições) é praticamente impossível existir um “plano B” para que as falhas não sejam sentidas pelos usuários. E é importante salientar: apesar dos erros, a gestão do Metrô faz o que pode com o que possui atualmente. E pode não parecer, mas é muito. Com a expansão/conclusão das Linhas 4 e 5 (previstas para 2015) quem hoje utiliza o ônibus vai preferir utilizar o Metrô e com isso, o número de usuários irá aumentar. E quando tais obras estiverem concluídas, elas já não serão mais a solução da população e as linhas irão operar já lotadas, tais como hoje o fazem.

Aliado a todas estas questões ainda existe mais uma: o Metrô investiu na compra de um novo moderno sistema de sinalização para aumentar a oferta de lugares nas linhas. Com o CBTC (Controle de Trens Baseado em Comunicação), mais composições poderiam dividir os trilhos e com isso seria possível transportar mais usuários em menos tempo com intervalos menores. Esta era a premissa. Este novo sistema foi comprado da Alstom (uma das empresas acusadas de cartel) em 2008 tendo a previsão de funcionamento na Linha 2-Verde ainda em 2011. Mas até o segundo bimestre de 2014 (portanto, mais de dois anos depois) o sistema ainda não está 100% confiável na ótica da operação de tráfego do Metrô.

A partir daqui, este artigo fica “obscuro” já que o Metrô não comenta o assunto de forma alguma, respondendo sempre de forma genérica tanto quanto seus usuários os questionam bem como a mídia, que alardeou no final de 2013 que no começo de 2014 o sistema “antilotação” da Linha2-Verde já estaria funcionando. Ao que se sabe no momento o CBTC apenas opera em fase de testes apenas aos domingos. Será que o Metrô em algum momento irá operar com o CBTC de forma confiável (assim como o sistema aparenta ser na Linha 4-Amarela) ou irá informar aos seus usuários a razão precisa do porquê de tanto atraso?

Ainda falando sobre o projeto inicial, após a instalação do sistema novo na Linha 2, o Metrô iria fazer o mesmo com as outras duas linhas restantes. E aí, só lembrando, somente com o CBTC instalado na Linha 3 é que teríamos as portas de plataforma operando na estação Vila Matilde (assim como nas outras, conforme também o projeto e anúncio na mídia por parte do próprio Metrô), pois o sistema atual de sinalização utilizado na linha que liga as zona oeste à leste da capital não é compatível com o sistema que faria as portas funcionarem. Tais portas já ganharam até ares de “lendas urbanas” por terem sido instaladas e após quatro anos, ainda não funcionarem. E o dinheiro público investido até agora não teve o retorno que a população esperava.

Segundo informações, podemos acompanhar quais os projetos que estão sendo feitos para os próximos anos. Mas este infográfico não mostra prazos de início ou conclusão das obras.

Como é alardeado pela assessoria de imprensa do Metrô, estão sendo construídas quatro linhas de Metrô simultaneamente, sendo elas: as expansões da Linha 4-Amarela e da Linha 5-Lilás e a construção das Linhas 15-Prata e 17-Ouro. As linhas Prata e Ouro funcionarão por um tipo de modal inédito em SP: o monotrilho. E até o momento, apesar do ritmo acelerado das obras, não existe prazo para que estas linhas comecem a operar. Tais linhas serão as primeiras no mundo a operar com o monotrilho de alta capacidade. E por causa deste tipo novo de modal, os técnicos do Metrô estão “reaprendendo” tudo novamente, por assim, digamos. É importante lembrar que, depois da experiência malsucedida com o CBTC comprado da Alstom, as Linhas 15 e 17 utilizarão o CBTC.

Para finalizarmos temos esta imagem. Será que esta imagem irá refletir realmente no mundo real?

Vamos aos fatos:

- Linha 2-Verde: ao contrário do que já foi mostrado em mapas e projeções anteriores, a Linha 2 não irá até a Cerro Corá, pelo menos, não é o que mostrado neste mapa. Mas neste mapa do futuro é mostrada a expansão da Linha 2 até a Dutra, conectando-se a Linha 3-Vermelha na estação Penha e chegando até os bairros da zona leste da Vila Formosa e Anália Franco.

- Linha 4-Amarela concluída, chegando até Taboão da Serra e no caminho recebendo mais uma estação: Jardim Jussara.

- Linha-5-Lilás se estenderá até o extremo sul da capital em Jardim Ângela e chegará até a Chácara Klabim, região sudeste.

Linha 6-Laranja

Esta linha será juntamente com a extensão da Linha 2-Verde provavelmente uma das salvadoras dos usuários que sofrem com a superlotação da Linha 3-Vermelha. Seu percurso iniciará na zona norte (Bandeirantes), passando por vários bairros da Zona Norte que ainda não possuem metrô. A nova linha se conectará com a Linha 4 em Higienópolis (quem diria, quem mora lá não queria uma estação e ganhará duas) seguindo viagem até São Joaquim onde se conectará com a Linha 1-Azul, tendo o bairro de Cidade Líder como estação terminal. É importante salientar que a Linha 6 tera sua obra bancada metade pela iniciativa privada, e a outra metade pelo governo do estado e suas obras não começaram ainda. (o governo de SP infelizmente também irá bancar as desapropriações). Outro fato importante é que primeiro trecho a ser entregue será Brasilândia-São Joaquim para só então depois o trecho São Joaquim-Cidade Líder ter suas obras iniciadas. A pergunta que paira é: por que não começar as obras nos dois lados da linha (já que tanto zona norte quanto leste precisam desta linha o quanto antes) ao invés de ser entregue um trecho primeiro para só depois começar o outro?

Linhas 15, 17 e 18

A previsão de entrega das duas primeiras linhas operadas por monotrilho até o momento é uma incógnita. A Linha 15 já está bem adiantada em suas obras. A Linha 17 que deveria ligar o Aeroporto de Congonhas ao sistema metroviário paulistano até a Copa de 2014. Estamos em abril, faltando apenas dois meses para o evento e nem metade da linha está pronta. Já a Linha 18 que ligaria o sudeste da capital até São Bernardo do Campo até agora não saiu do papel e já teve seu edital de licitação suspenso.

Linha 20-Rosa

Todas as informações colhidas até o momento não são oficiais ou não tem confirmação atual do Metrô ou do Governo. Fazendo uma busca no Google, podemos encontrar que o edital de licitação da Linha 20 foi feito em 2012. E só.

O ano de 2014 não será marcante apenas por causa da Copa do Mundo. Os eventos ocorridos no ano passado que culminaram com o recuo dos governos estaduais no preço das tarifas do transporte público ainda ecoam na cabeça dos cidadãos mais conscientes. Infelizmente este ano alguns governos estaduais (como o do Rio de Janeiro, por exemplo) já reajustaram

o valor das tarifas, contrariando o que a população queria e acha justo. Além disso, claro não podemos esquecer as promessas da presidente Dilma a respeito do PAC da Mobilidade e também das eleições para governador e presidente em outubro próximo.

Fonte da notícia: Via Trólebus
Imagem: Wikipedia

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