Atual mapa do Metrô de São Paulo |
São Paulo assim como outras grandes cidades do mundo “tem muita
gente”. Por muitos anos (e a história e a economia podem ajudar melhor a
lhe fornecer tais dados) São Paulo foi vista como a cidade destino de
muitos que vieram em busca de melhores qualidades de vida, saindo de
outros estados, criando o estado com a maior economia do país. Mas, além
disso, este êxodo social teve um custo bem alto: SP está à beira de
parar. É muita gente, muitos carros e pouca mobilidade pensada em prol
do coletivo.
Segundo o último censo feito (2011) os paulistanos já somam 11,32
milhões. Segundo dados do Metrô de SP, destes 11,32 milhões, 4,5 milhões
utilizam o Metrô todo dia. É quase a população inteira do Paraguai, que
em 2012 chegou 6,687 milhões de pessoas.São números grandes demais para
uma cidade de 1.523 km², ou seja, SP é um país dentro de outro país.
(Todos os dados colhidos em buscas do Google. Dados usados apenas para
comparação).
Mesmo assim, nos últimos anos os governos estaduais e federais não
colocaram a mobilidade essencial necessidade de seus mandatos. Não
podemos deixar de olhar para o caos da saúde e da falta de segurança
pública que há anos vemos em nossos telejornais. Verba para cobrir todos
estes projetos não falta. Falta é à vontade em investir na mobilidade.
Nos últimos dez anos, apenas a Linha 4-Amarela virou realidade. E mesmo
assim, a Linha ainda não está completa, restando ao governo atual (ou ao
próximo) entregar cinco estações: Higienópolis-Mackenzie, Oscar Freire,
Fradique Coutinho, São Paulo-Morumbi e Vila Sônia.
Esta falta de investimento (e de vontade do governo) começa a
refletir também nas falhas constantes que as Linhas 1 e 3 vem sofrendo.
Com um sistema funcionando cotidianamente além do limite, quando alguma
falha acontece (seja nos equipamentos nos trilhos ou mesmo com as
composições) é praticamente impossível existir um “plano B” para que as
falhas não sejam sentidas pelos usuários. E é importante salientar:
apesar dos erros, a gestão do Metrô faz o que pode com o que possui
atualmente. E pode não parecer, mas é muito. Com a expansão/conclusão
das Linhas 4 e 5 (previstas para 2015) quem hoje utiliza o ônibus vai
preferir utilizar o Metrô e com isso, o número de usuários irá aumentar.
E quando tais obras estiverem concluídas, elas já não serão mais a
solução da população e as linhas irão operar já lotadas, tais como hoje o fazem.
Aliado a todas estas questões ainda existe mais uma: o Metrô investiu
na compra de um novo moderno sistema de sinalização para aumentar a
oferta de lugares nas linhas. Com o CBTC (Controle de Trens Baseado em
Comunicação), mais composições poderiam dividir os trilhos e com isso
seria possível transportar mais usuários em menos tempo com intervalos
menores. Esta era a premissa. Este novo sistema foi comprado da Alstom
(uma das empresas acusadas de cartel) em 2008 tendo a previsão de
funcionamento na Linha 2-Verde ainda em 2011. Mas até o segundo bimestre
de 2014 (portanto, mais de dois anos depois) o sistema ainda não está
100% confiável na ótica da operação de tráfego do Metrô.
A partir daqui, este artigo fica “obscuro” já que o Metrô não comenta
o assunto de forma alguma, respondendo sempre de forma genérica tanto
quanto seus usuários os questionam bem como a mídia, que alardeou no
final de 2013 que no começo de 2014 o sistema “antilotação” da
Linha2-Verde já estaria funcionando. Ao que se sabe no momento o CBTC
apenas opera em fase de testes apenas aos domingos. Será que o Metrô em
algum momento irá operar com o CBTC de forma confiável (assim como o
sistema aparenta ser na Linha 4-Amarela) ou irá informar aos seus
usuários a razão precisa do porquê de tanto atraso?
Ainda falando sobre o projeto inicial, após a instalação do sistema
novo na Linha 2, o Metrô iria fazer o mesmo com as outras duas linhas
restantes. E aí, só lembrando, somente com o CBTC instalado na Linha 3 é
que teríamos as portas de plataforma operando na estação Vila Matilde
(assim como nas outras, conforme também o projeto e anúncio na mídia por
parte do próprio Metrô), pois o sistema atual de sinalização utilizado
na linha que liga as zona oeste à leste da capital não é compatível com o
sistema que faria as portas funcionarem. Tais portas já ganharam até
ares de “lendas urbanas” por terem sido instaladas e após quatro anos,
ainda não funcionarem. E o dinheiro público investido até agora não teve
o retorno que a população esperava.
Segundo informações,
podemos acompanhar quais os projetos que estão sendo feitos para os
próximos anos. Mas este infográfico não mostra prazos de início ou
conclusão das obras.
Como é alardeado pela assessoria de imprensa do Metrô, estão sendo
construídas quatro linhas de Metrô simultaneamente, sendo elas: as
expansões da Linha 4-Amarela e da Linha 5-Lilás e a construção das
Linhas 15-Prata e 17-Ouro. As linhas Prata e Ouro funcionarão por um
tipo de modal inédito em SP: o monotrilho. E até o momento, apesar do ritmo
acelerado das obras, não existe prazo para que estas linhas comecem a
operar. Tais linhas serão as primeiras no mundo a operar com o
monotrilho de alta capacidade. E por causa deste tipo novo de modal, os
técnicos do Metrô estão “reaprendendo” tudo novamente, por assim,
digamos. É importante lembrar que, depois da experiência malsucedida com o CBTC comprado da Alstom, as Linhas 15 e 17 utilizarão o CBTC.
Para finalizarmos temos esta imagem. Será que esta imagem irá refletir realmente no mundo real?
Vamos aos fatos:
- Linha 2-Verde: ao contrário do que já foi mostrado em mapas e
projeções anteriores, a Linha 2 não irá até a Cerro Corá, pelo menos,
não é o que mostrado neste mapa. Mas neste mapa do futuro é mostrada a
expansão da Linha 2 até a Dutra, conectando-se a Linha 3-Vermelha na
estação Penha e chegando até os bairros da zona leste da Vila Formosa e
Anália Franco.
- Linha 4-Amarela concluída, chegando até Taboão da Serra e no caminho recebendo mais uma estação: Jardim Jussara.
- Linha-5-Lilás se estenderá até o extremo sul da capital em Jardim Ângela e chegará até a Chácara Klabim, região sudeste.
Linha 6-Laranja
Esta linha será juntamente com a extensão da Linha 2-Verde
provavelmente uma das salvadoras dos usuários que sofrem com a
superlotação da Linha 3-Vermelha. Seu percurso iniciará na zona norte
(Bandeirantes), passando por vários bairros da Zona Norte que ainda não
possuem metrô. A nova linha se conectará com a Linha 4 em Higienópolis
(quem diria, quem mora lá não queria uma estação e ganhará duas)
seguindo viagem até São Joaquim onde se conectará com a Linha 1-Azul,
tendo o bairro de Cidade Líder como estação terminal. É importante
salientar que a Linha 6 tera sua obra bancada metade pela iniciativa
privada, e a outra metade pelo governo do estado e suas obras não
começaram ainda. (o governo de SP infelizmente também irá bancar as
desapropriações). Outro fato importante é que primeiro trecho a ser
entregue será Brasilândia-São Joaquim para só então depois o trecho São
Joaquim-Cidade Líder ter suas obras iniciadas. A pergunta que paira é:
por que não começar as obras nos dois lados da linha (já que tanto zona
norte quanto leste precisam desta linha o quanto antes) ao invés de ser
entregue um trecho primeiro para só depois começar o outro?
Linhas 15, 17 e 18
A previsão de entrega das duas primeiras linhas operadas por
monotrilho até o momento é uma incógnita. A Linha 15 já está bem
adiantada em suas obras. A Linha 17 que deveria ligar o Aeroporto de
Congonhas ao sistema metroviário paulistano até a Copa de 2014. Estamos
em abril, faltando apenas dois meses para o evento e nem metade da linha
está pronta. Já a Linha 18 que ligaria o sudeste da capital até São
Bernardo do Campo até agora não saiu do papel e já teve seu edital de
licitação suspenso.
Linha 20-Rosa
Todas as informações colhidas até o momento não são oficiais ou não
tem confirmação atual do Metrô ou do Governo. Fazendo uma busca no
Google, podemos encontrar que o edital de licitação da Linha 20 foi feito em 2012. E só.
O ano de 2014 não será marcante apenas por causa da Copa do Mundo. Os
eventos ocorridos no ano passado que culminaram com o recuo dos
governos estaduais no preço das tarifas do transporte público ainda
ecoam na cabeça dos cidadãos mais conscientes. Infelizmente este ano
alguns governos estaduais (como o do Rio de Janeiro, por exemplo) já
reajustaram
o valor das tarifas, contrariando o que a população queria e acha justo. Além disso, claro não podemos esquecer as promessas da presidente Dilma a respeito do PAC da Mobilidade e também das eleições para governador e presidente em outubro próximo.
Fonte da notícia: Via Trólebus
Imagem: Wikipedia
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