Os trens do Metrô e da CPTM apresentaram uma grande falha a cada três dias em 2013, quando os
dois sistemas juntos tiveram 120 ocorrências “notáveis”. O número foi
semelhante ao de 2012, quando CPTM e Metrô contabilizaram 122 falhas
notáveis, aquelas em há prejuízo de tempo para o usuário ou interrupção
em período prolongado do sistema.
Metrô e CPTM não informaram o número de falhas “não notáveis”, mas que em muitas vezes também implica em prejuízo ao usuário.
Em
2013, o Metrô de São Paulo apresentou 84 falhas notáveis e em 2012,
foram 96. O Metrô diz que falhas notáveis são aquelas em que o problema
persistiu por mais de seis minutos. Segundo o Metrô, 70% desses
problemas estão relacionados com o fechamento das portas.
Já
a CPTM informou que no ano passado foram contabilizadas 36 falhas e em
2012, 28. De acordo com a companhia, o número foi maior no ano passado
por causa das “manifestações, que ocasionaram bloqueio de linhas e
depredações de trens e estações com consequentes impactos na
circulação”.
Para a companhia, as “falhas
notáveis estão ligadas à interrupção total ou parcial da circulação dos
trens, seja por falhas do sistema ou provocadas por agentes externos,
tais como: usuários na via, alagamentos, descargas atmosféricas e
interrupção de fornecimento energia, por parte da concessionária, entre
outros fatores”.
Lotação
Para
os passageiros, no entanto, a impressão é que as falhas e lotação são
diárias. “Eu evito pegar Metrô no horário de pico. Sempre é lento e
muito lotado. Todo dia tem algum problema e ele fica mais tempo na
plataforma ou anda em velocidade reduzida”, diz a analista de sistema
Bruna Valnei, 29 anos, que mora em São Mateus (zona leste) e trabalha em
Higienópolis, e uliliza a Linha-3 Vermelha
(Corinthians-Itaquera/Palmeiras-Barra Funda) diariamente.
As 164 composições do Metrô transportam diariamente cerca de 4,6 milhões de pessoas em 4.500 viagens diárias.
CPTM
tem 130 trens que circulam em 22 estações na Grande São Paulo e
interior. São realizadas cerca de 2.600 viagens e 2,8 milhões de
passageiros são transportados diariamente.
Apesar
da impressão negativa dos usuários e da grande quantidade de
passageiros, Telmo Giolito Porto, professor de transportes da Escola
Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), diz que os números de
falhas apresentadas pelo sistema de transporte sobre trilhos em São
Paulo são “aceitáveis”. “A minha impressão primeira é que são números
esperados com as características dos transportes em São Paulo. Não tem
nada fora da curva”. Para ele, a lotação e diversidade dos equipamentos
propiciam as falhas. “O Metrô de São Paulo é muito carregado em termos
de passageiros por km rodado. É o mais carregado do mundo. A CPTM lida
com uma diversidade tecnológica e de equipamentos enormes. Essa
diversidade cria naturalmente falhas”.
No
entanto, ele afirma que as falhas contabilizadas pelo Metrô e CPTM são
consequência da rapidez do transporte quando comparados com carros e
ônibus. “A verdade é que trem e Metrô são vítimas do seu próprio tempo
de viagem. Estão sobrecarregados”. Para ele, as falhas só diminuirão
quando o sistema for modernizado.
O Metrô
informou que realiza manutenção preventiva e corretiva diariamente entre
1h e 4h e que em 2013 foram investidos R$ 470 milhões em
infraestrutura, modernização e operação. A CPTM afirmou que, nos últimos
cinco anos, investiu cerca de R$ 1 bilhão por ano na modernização do
sistema.
Falhas
No dia
4 de fevereiro, uma falha em uma composição da Linha-3 fez com que
passageiros acionassem o botão de emergência. Os usuários tiveram que
andar sobre os trilhos, próximo a estação Sé, na região central, a via
foi desenergizada e a circulação dos trens ficou interrompida por cerca
de cinco horas. As estações foram fechadas e foram registrados
quebra-quebra. Funcionários e passageiros tiveram ferimentos.
No
dia 13, o rompimento de um cabo de energia provocou a interrupção da
circulação dos trens da Linha 5-Lilás por quatro dias até que a equipe
de manutenção resolvesse o problema.
Na CPTM,
uma falha recente foi contabilizada dia 26.02.2014, quando os passageiros da Linha 10-Turquesa precisaram caminhar pelos trilhos em pleno horário de pico da
manhã.
A circulação só foi normalizada duas horas após a falha.
Fonte da Notícia: IG
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