Os usuários discordam, mas o Metrô de São Paulo afirma
que a passagem subterrânea que liga as estações Paulista e Consolação
opera abaixo da capacidade máxima diária de passageiros. A companhia diz
que o trecho pode receber mais 27 mil pessoas por dia, 11% além do
público atual. Apesar disso, a companhia diz que a inauguração de
estações vizinhas e a construção de novo
acesso devem diminuir as reclamações de passageiros.
Na manhã de ontem, uma pane em uma esteira rolante deixou 20
feridos e a Polícia Militar chegou a ser acionada para conter o tumulto.
A ViaQuatro, que administra a Linha Amarela, diz não ter registro de
incidentes semelhantes.
Os dados sobre a capacidade da interligação foram divulgados pelo Metrô ao G1 na
segunda-feira (02.09). Segundo a companhia, passam pelo túnel 236 mil
usuários por dia, abaixo da capacidade total projetada de 263 mil.
Apesar
de considerar que o túnel suporta mais usuários, o Metrô faz um estudo
para a construção de um novo acesso para a Estação Paulista desde a Rua
Bela Cintra, sem data prevista para ser concluído.
No fim de agosto, quando a equipe de reportagem já acompanhava críticas
de passageiros por causa da lotação na área de interligação, o Metrô
disse que "não há risco para os passagueiros que utilizam a área de
integração". Em setembro, a empresa ressaltou que a passagem foi
dimensionada para uma demanda que deve ser menor.
"Os estudos (para construção da interligação) são realizados para uma situação permanente e não para um cenário transitório, que será alterado com a abertura das novas estações e com a integração com a Linha 5", afirma o Metrô em nota.
"Os estudos (para construção da interligação) são realizados para uma situação permanente e não para um cenário transitório, que será alterado com a abertura das novas estações e com a integração com a Linha 5", afirma o Metrô em nota.
Solução definitiva
A empresa argumenta que a "solução definitiva" para a distribuição de fluxo ocorrerá com a redistribuição da demanda após a inauguração das estações Oscar Freire e Higienópolis-Mackenzie, no segundo semestre de 2014.
Diz ainda que a expansão da Linha 5-Lilás vai aliviar a lotação do túnel
porque usuários vindos da Zona Sul especialmente poderão trocar de
linha em outras estações. A Linha 5 vai se conectar com a Linha 1-Azul e
a Linha 2-Verde nas estações Santa Cruz e Chácara Klabin,
respectivamente. A conclusão da Linha 5, no entanto, já deveria estar
pronta desde 2012 pelas previsões do gestão José Serra (PSDB) em 2008,
mas agora a estimativa é que fique pronta em 2015.
Confusão diária
A confusão ocorrida nesta quarta-feira se deu em razão de uma pane em uma das esteiras rolantes por volta das 8h10, horário de pico. A aglomeração acabou causando a queda de vários “direcionadores de fluxo”. O barulho causou correria e 20 usuários ficaram levemente feridos, segundo o Metrô.
O G1 esteve
no local pouco tempo depois, às 9h, e constatou um quadro comum em
horários de pico, com usuários se aglomerando nos dois sentidos. Os
funcionários da Via Quatro orientavam os passageiros continuamente em
vários pontos do trajeto, chegando a pedir que usassem as também as
escadas fixas. Trocavam o sentido das escadas rolantes para melhorar o
fluxo conforme o número de usuários em cada sentido variava.
Os problemas aconteciam nos dois sentidos. O maior fluxo pela manhã é de
pessoas saindo da Linha 4-Amarela em direção à Linha 2 e à Avenida
Paulista. Duas das três esteiras funcionavam neste sentido, além de um
corredor sem esteiras.
Já quem saía da Linha 2-Verde já enfrentava filas na porta do trem para
conseguir pisar na plataforma. Os usuários podiam caminhar ao longo de
uma esteira, que fica desligada no horário de pico da manhã por motivos
de segurança. A equipe de reportagem levou cerca de 9 minutos para fazer
todo o trajeto que normalmente é feito em até 3 minutos.
“Esse aperto é todo dia. Um sofrimento chegar até o trabalho. Uma falta
de respeito”, disse Sandra Veiga, que trabalha na Avenida Paulista.
Outra usuária, Aline Soares, disse que foi vítima do tumulto. “Perdi meu
óculos e até perdi a ponta do dente”, afirmou.
Cortando caminho
Nem todos precisam passar pelo tumultuado corredor. Segundo o Metrô, um em cada dez usuários passam por ali por conveniência. Eles não fazem integração entre uma linha e outra. São pessoas em geral que saem da Linha 4-Amarela e andam até a Estação Consolação apenas para chegar mais facilmente à região da Rua Augusta com a Avenida Paulista, onde está a saída.
Nem todos precisam passar pelo tumultuado corredor. Segundo o Metrô, um em cada dez usuários passam por ali por conveniência. Eles não fazem integração entre uma linha e outra. São pessoas em geral que saem da Linha 4-Amarela e andam até a Estação Consolação apenas para chegar mais facilmente à região da Rua Augusta com a Avenida Paulista, onde está a saída.
São 25 mil usuários por dia que evitam os cruzamentos com semáforo das
ruas Bela Cintra e Haddock Lobo e ainda aproveitam o serviço de esteiras
rolantes do corredor para deixar a caminhada menos cansativa.
O Metrô e a Via Quatro afirmam que a iluminação e a segurança das
estações metroviárias ajudam os usuários a optar por fazer o trajeto
debaixo da terra em vez de ir pela rua. Os usuários apontam outras
questões como a possibilidade de evitar a chuva e até mesmo a
dificuldade apontada por mulheres de caminhar em razão de salto alto.
A bancária Solange Dias, de 27 anos, confessou que com frequência sai da
Linha 4 - Amarela e caminha até a saída na Rua Augusta para sair na rua
mais perto de seu trabalho. “Prefiro vir pelo corredor porque já saio
perto do trabalho. E andar de salto é incômodo”, afirmou.
Fonte da Notícia: G1
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