O governo de São Paulo cedeu à iniciativa privada e irá realizar por
conta própria as desapropriações para a construção da Linha 6-Laranja do
Metrô paulistano. Em entrevista à Rádio CBN hoje, o secretário de Planejamento e Desenvolvimento
Regional, Júlio Semeghini, informou que o governo paulista assumirá o
custo de R$ 700 milhões das desapropriações - a iniciativa privada fará a
construção e a operação da linha. No dia 30 do mês passado, o governo
não recebeu nenhuma proposta para a licitação da Linha 6. A iniciativa
privada alegou desinteresse em participar do processo justamente pelos
custos e imbróglios jurídicos envolvidos nas desapropriações.
"O estado vai assumir o custo e o processo de desapropriação. A gente
vai fazer um financiamento à parte só para pagar o custo desta
desapropriação", disse Semeghini. Segundo ele, o governo de São Paulo já
negocia um empréstimo de R$ 700 milhões com a Caixa Econômica Federal.
Atualmente, já há uma linha de financiamento de R$ 4 bilhões aprovada
pelo BNDES para a Linha Laranja, que ligará a Brasilândia, na Zona
Norte, à Estação São Joaquim, na região central da capital.
O novo edital deverá ser lançado na segunda-feira (12). Segundo o
secretário, ao longo dos 15,9 km da nova linha do Metrô deverão ser
desapropriados imóveis comerciais e residenciais de mais de 2 mil
famílias. Os proprietários desses imóveis na Freguesia do Ó, Lapa, Barra
Funda, Perdizes, Consolação, Bela Vista e Liberdade já chegaram a ser
notificados sobre as desapropriações, que serão feitas pelo consórcio
vencedor da licitação.
No modelo proposto anteriormente, o governo de São Paulo assumiria 50%
dos custos das desapropriações e a iniciativa privada, a outra metade.
Agora, todo o custo das desapropriações será pago pelo governo paulista,
que desembolsará menos recursos no final da execução do projeto, como
explicou Semeghini.
O projeto da Linha 6-Laranja previa, em princípio, que a linha fosse
construída e operada por meio de uma PPP, que
é um contrato de prestação de serviços ou obras. As empresas seriam
pagas diretamente pelo governo para efetuar as desapropriações, executar
a obra e explorar o serviço.
Na semana passada, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin,
disse que relançaria o editar mais breve possível após revê-lo, mas que
desejava manter a PPP integral, na qual o consórcio vencedor fica
responsável por desapropriar, pagar as desapropriações, construir e
operar o Metrô. “Nós vamos rever os problemas, mas a ideia é fazer
integral. Quando você faz uma PPP parcial você pode ter um desencontro
de datas. Na PPP integral a responsabilidade é só [da iniciativa]
privada”, observou o governador.
O investimento previsto para a linha era de R$ 7,8 bilhões - metade disso sairá dos cofres do estado, e a outra metade da empresa que vencer a PPP. A expectativa inicial do governo era que as obras da Linha 6-Laranja fossem iniciadas neste ano para que entrasse em operação em 2020.
Trajeto
O investimento previsto para a linha era de R$ 7,8 bilhões - metade disso sairá dos cofres do estado, e a outra metade da empresa que vencer a PPP. A expectativa inicial do governo era que as obras da Linha 6-Laranja fossem iniciadas neste ano para que entrasse em operação em 2020.
Trajeto
Na sua primeira fase, a Linha 6-Laranja ligará a estação São Joaquim, já existente na Linha 1-Azul, à futura estação a ser construída no bairro de Vila Brasilândia. A linha passará por bairros como Sumaré e Higienópolis - uma estação que ficaria na Avenida Angélica encontrou resistência dos moradores locais.
O trajeto terá 15,9 km incluindo pátios e 15 estações: Brasilândia,
Vila Cardoso, Itaberaba - Hospital Vila Penteado, João Paulo I,
Freguesia do Ó, Santa Marina, Água Branca, Pompéia, Perdizes, Cardoso de
Almeida, Angélica - Pacaembu, Higienópolis - Mackenzie, 14 Bis, Bela
Vista e São Joaquim. O governo projeta que 29 trens irão atuar ao longo
do percurso. Ela fará conexão com outras linhas da CPTM e do Metrô, com a
Linha 4-Amarela.
A intenção do Metrô é, posteriormente, aumentar em linha a partir da
Estação São Joaquim em direção à Zona Leste, passando por estações como a
Mooca, da CPTM, e chegando até o bairro de Cidade Líder. A outra ponta,
que inicialmente vai até a Brasilândia, também será estendida até a
região da Rodovia dos Bandeirantes, passando pelo futuro centro de
convenções de Pirituba, o Piritubão.
Fonte da Notícia: G1
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