A tarifa do transporte público volta a ser o tema central das ações do
MPL na tarde de hoje, com a
realização de uma manifestação em favor do transporte público gratuito e
contra as denúncias de desvios de mais de R$ 570 milhões de dinheiro público nos
contratos das licitações do Metrô e da CPTM. A concentração está
marcada para as 15h, no Vale do Anhangabaú, no centro da capital, e mais
de 7.000 pessoas confirmaram presença na página do ato, no Facebook.
Após encabeçar as grandes manifestações populares em junho e julho, o MPL seguiu participando de outros protestos, mas no papel de apoiador apenas, em questões envolvendo temas como saúde pública e moradia. Desde a redução da tarifa do transporte público em São Paulo, saindo de R$ 3,20 para voltar a R$ 3, o tema não era a principal força motriz dos eventos com participação do Passe Livre.
Marcelo Hotimsky, um dos líderes do MPL, disse em entrevista ao R7 que mais importante do que as reivindicações são as premissas que sempre regiram o movimento, que há alguns meses conseguiu aglutinar tantas vertentes distintas da sociedade em torno de um objetivo. Ele afirma que o ato desta quarta foi organizado pelo Sindicato dos Metroviários de São Paulo, organização parceira do grupo justamente pela luta contra a tarifa no transporte público e contra o modelo de gestão que está aí.
— A gente resolveu compor junto, tanto por ser um grupo parceiro quanto por ser uma pauta comum. É um ato diferente dos da jornada de junho porque ele não tem pauta fixa. Esse ato é muito mais como uma denúncia da situação, e a ideia dele é relacionar um pouco a pauta, porque a gente acredita que seja a corrupção, o desvio de dinheiro, o cartel sendo denunciado, seja o aumento da tarifa, todos seguem a mesma lógica. O problema não é a corrupção em si, o problema é que por trás do transporte público existem empresas que estão lucrando com isso.
Se as denúncias em torno do cartel trazido a público pela empresa alemã Siemens, acerca das últimas licitações do Metrô e da CPTM, serviram como estopim, o MPL sabe que a grande dificuldade que enfrenta antes mesmo de voltar a tratar da tarifa do transporte nas ruas é justamente lidar com o dilema de não ser associado a um ou mais partidos. A escolha de ser apartidário, ou seja, sem se sentir representado por qualquer das siglas que hoje estão no poder, ainda gera discursos que, segundo Hotimsky, não são encampados pelo grupo.
— Não é que com esse ato a gente queira que o governador caia, como alguns setores têm entendido. Na verdade essa é a grande dificuldade da manifestação de quarta-feira. Não é questão do nome ou da sigla que está no poder. A questão é essa, o apartidarismo vai muito mais no sentido de poder resistir a essas formas de opressão, a essas formas de gestão do transporte público, que não estão vinculadas aos interesses dos usuários e dos trabalhadores do transporte, do que uma questão antipartidária a princípio. A questão é seguir resistindo, independente da sigla que estiver no poder.
O dirigente do MPL reforçou a posição ao afirmar que, independente de partido, quem está no poder hoje “não sabe as necessidades de locomoção da população”.
— A grande questão é que todo esse dinheiro [desviado] que foi usado para o lucro das empresas fosse investido em transporte público, com certeza a tarifa poderia ser muito menor, ou o salário dos trabalhadores do Metrô poderia ser maior. É isso. A gente não está buscando com esse ato uma reivindicação específica, não estamos dizendo que esse dinheiro deveria ter sido usado em A, X, Y ou Z. A escolha de como esse dinheiro deveria ser usado deveria partir dos usuários e dos trabalhadores, e não das empresas em conjunto com o governo.
Meta da tarifa zero
Embora praticamente rechaçada mais uma vez pelo prefeito Fernando Haddad nesta terça-feira, a tarifa zero e o
transporte público gratuito seguem como uma bandeira a ser mantida pelos líderes do MPL. O grupo inclusive promete aproveitar o protesto desta quarta para recolher assinaturas dos manifestantes, ajudando a alcançar o número de 500 mil. Com elas, o Passe Livre espera levar à Câmara Municipal um projeto de lei para ser discutido e, eventualmente, votado, a fim de encampar a perspectiva que é lema do grupo: “por uma vida sem catracas”.
— Para [o projeto] ser implantado precisa ser amplamente discutido pela população, e também a gente não acha que com 500 mil assinaturas ele será feito. Existe muita pressão política em torno disso. Os empresários de transporte ainda são muito fortes dentro do governo. Então a ideia é recolher essas assinaturas, discutir a questão e fazer atos, para que essa lei seja implantada. Acho que a questão da pressão popular é ainda muito forte. Por exemplo, você pega o Plano Diretor de São Paulo, pega as leis que existem hoje em dia, elas não são ruins, assim como supostamente reforma agrária é lei no Brasil. A questão é a política por trás da aplicação dessas leis.
Questionado se o MPL traça algum plano para dar o que muitos já chamaram de “passo seguinte”, levando o seu prestígio das ruas para outro nível, mais precisamente se inserindo na esfera política e das tomadas de decisão no País, Marcelo Hotimsky procurou não fazer previsões quanto ao futuro, preferindo debater o presente e os caminhos do movimento, regido sempre pelos mesmos preceitos e iniciativas.
— A gente não tem essa discussão ainda, nem pretende fazer algo nesses termos, mas sempre fez esse debate (da tarifa). Antes da eleição para prefeitura, nós fizemos um jornal, no qual falávamos das propostas de mobilidade de cada candidato. É isso, não dizíamos que determinada proposta era melhor ou pior, mas a gente mostrava o quanto eram inadequadas. Mas é claro que entre elas se podia ver as diferenças. A gente considera que o transporte tem ganhado uma centralidade no debate público. Não temos apenas um caminho [a seguir], temos vários.
Após encabeçar as grandes manifestações populares em junho e julho, o MPL seguiu participando de outros protestos, mas no papel de apoiador apenas, em questões envolvendo temas como saúde pública e moradia. Desde a redução da tarifa do transporte público em São Paulo, saindo de R$ 3,20 para voltar a R$ 3, o tema não era a principal força motriz dos eventos com participação do Passe Livre.
Marcelo Hotimsky, um dos líderes do MPL, disse em entrevista ao R7 que mais importante do que as reivindicações são as premissas que sempre regiram o movimento, que há alguns meses conseguiu aglutinar tantas vertentes distintas da sociedade em torno de um objetivo. Ele afirma que o ato desta quarta foi organizado pelo Sindicato dos Metroviários de São Paulo, organização parceira do grupo justamente pela luta contra a tarifa no transporte público e contra o modelo de gestão que está aí.
— A gente resolveu compor junto, tanto por ser um grupo parceiro quanto por ser uma pauta comum. É um ato diferente dos da jornada de junho porque ele não tem pauta fixa. Esse ato é muito mais como uma denúncia da situação, e a ideia dele é relacionar um pouco a pauta, porque a gente acredita que seja a corrupção, o desvio de dinheiro, o cartel sendo denunciado, seja o aumento da tarifa, todos seguem a mesma lógica. O problema não é a corrupção em si, o problema é que por trás do transporte público existem empresas que estão lucrando com isso.
Se as denúncias em torno do cartel trazido a público pela empresa alemã Siemens, acerca das últimas licitações do Metrô e da CPTM, serviram como estopim, o MPL sabe que a grande dificuldade que enfrenta antes mesmo de voltar a tratar da tarifa do transporte nas ruas é justamente lidar com o dilema de não ser associado a um ou mais partidos. A escolha de ser apartidário, ou seja, sem se sentir representado por qualquer das siglas que hoje estão no poder, ainda gera discursos que, segundo Hotimsky, não são encampados pelo grupo.
— Não é que com esse ato a gente queira que o governador caia, como alguns setores têm entendido. Na verdade essa é a grande dificuldade da manifestação de quarta-feira. Não é questão do nome ou da sigla que está no poder. A questão é essa, o apartidarismo vai muito mais no sentido de poder resistir a essas formas de opressão, a essas formas de gestão do transporte público, que não estão vinculadas aos interesses dos usuários e dos trabalhadores do transporte, do que uma questão antipartidária a princípio. A questão é seguir resistindo, independente da sigla que estiver no poder.
O dirigente do MPL reforçou a posição ao afirmar que, independente de partido, quem está no poder hoje “não sabe as necessidades de locomoção da população”.
— A grande questão é que todo esse dinheiro [desviado] que foi usado para o lucro das empresas fosse investido em transporte público, com certeza a tarifa poderia ser muito menor, ou o salário dos trabalhadores do Metrô poderia ser maior. É isso. A gente não está buscando com esse ato uma reivindicação específica, não estamos dizendo que esse dinheiro deveria ter sido usado em A, X, Y ou Z. A escolha de como esse dinheiro deveria ser usado deveria partir dos usuários e dos trabalhadores, e não das empresas em conjunto com o governo.
Meta da tarifa zero
Embora praticamente rechaçada mais uma vez pelo prefeito Fernando Haddad nesta terça-feira, a tarifa zero e o
transporte público gratuito seguem como uma bandeira a ser mantida pelos líderes do MPL. O grupo inclusive promete aproveitar o protesto desta quarta para recolher assinaturas dos manifestantes, ajudando a alcançar o número de 500 mil. Com elas, o Passe Livre espera levar à Câmara Municipal um projeto de lei para ser discutido e, eventualmente, votado, a fim de encampar a perspectiva que é lema do grupo: “por uma vida sem catracas”.
— Para [o projeto] ser implantado precisa ser amplamente discutido pela população, e também a gente não acha que com 500 mil assinaturas ele será feito. Existe muita pressão política em torno disso. Os empresários de transporte ainda são muito fortes dentro do governo. Então a ideia é recolher essas assinaturas, discutir a questão e fazer atos, para que essa lei seja implantada. Acho que a questão da pressão popular é ainda muito forte. Por exemplo, você pega o Plano Diretor de São Paulo, pega as leis que existem hoje em dia, elas não são ruins, assim como supostamente reforma agrária é lei no Brasil. A questão é a política por trás da aplicação dessas leis.
Questionado se o MPL traça algum plano para dar o que muitos já chamaram de “passo seguinte”, levando o seu prestígio das ruas para outro nível, mais precisamente se inserindo na esfera política e das tomadas de decisão no País, Marcelo Hotimsky procurou não fazer previsões quanto ao futuro, preferindo debater o presente e os caminhos do movimento, regido sempre pelos mesmos preceitos e iniciativas.
— A gente não tem essa discussão ainda, nem pretende fazer algo nesses termos, mas sempre fez esse debate (da tarifa). Antes da eleição para prefeitura, nós fizemos um jornal, no qual falávamos das propostas de mobilidade de cada candidato. É isso, não dizíamos que determinada proposta era melhor ou pior, mas a gente mostrava o quanto eram inadequadas. Mas é claro que entre elas se podia ver as diferenças. A gente considera que o transporte tem ganhado uma centralidade no debate público. Não temos apenas um caminho [a seguir], temos vários.
Fonte da Notícia: Portal R7
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