A divulgação do reajuste das tarifas de ônibus, do Metrô e
da CPTM provocou mal-estar entre Prefeitura e Estado no início da tarde de
ontem. Isso porque, além de divulgar o valor da nova tarifa do ônibus, a
gestão Fernando Haddad decidiu anunciar também quanto custariam as
passagens de trem. A notícia pegou de surpresa a cúpula do governo
paulista que, apesar de já ter batido o martelo que seguiria o valor
estipulado pelo Município, esperava fazer o anúncio em conjunto.
A "pressa" de Haddad não foi acompanhada pelo Estado. O reajuste no
Metrô e na CPTM só foi confirmado no início da noite, em nota oficial.
Muito antes, porém, vereadores petistas já comentavam o novo preço do
ônibus e metrô na Câmara Municipal. Para a oposição, mais uma mostra de
que o PT quer levar vantagem, mesmo quando há "parceria". O vereador
Andrea Matarazzo classificou o caso como outro "ato de
esperteza". Para ele, Haddad quis ficar com o crédito que, com a edição
da medida provisória, pode ser do governo federal.
Mas, nos bastidores, os comentários apontam para novo reajuste. O
tema tarifa está longe de terminar. Isso porque a isenção tributária
prevista pela presidente Dilma Rousseff vai ajudar a reduzir os
custos, mas não eliminar a necessidade de um subsídio maior - é preciso
levar em conta ainda a promessa de Haddad de criar o bilhete mensal,
cujo custo passaria de R$ 400 milhões por ano. Mais uma vez costurado em
conjunto, esse segundo reajuste ocorreria em menos de um ano e seria
seguido novamente pela gestão Geraldo Alckmin. O valor previsto
para 2014 é de R$ 3,50. O ônus, nesse caso, será maior para o
governador, que disputará a reeleição.
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