A falta de equipes de segurança na maior parte das Estações do Metrô de São
Paulo está colocando em risco usuários e funcionários do sistema, principalmente
nos fins de semana, quando costumam ocorrer brigas envolvendo grupos de jovens
que saem de casas noturnas e outros casos de violência.
Segundo a Companhia do Metropolitano (Metrô), a empresa conta com 1.200 agentes. Mas o Sindicato dos Metroviários afirma que, por causa de escalas de férias, licenças e folgas, o efetivo é de apenas 300, para 58 estações e 4 milhões de usuários/dia. Esses agentes não são distribuídos de maneira uniforme. Algumas estações, próximas a eventos culturais e esportivos e nos horários de maior fluxo, chegam a reunir mais de 20 equipes, enquanto outras ficam desprotegidas.
Entre 22h e 6h, segundo o sindicato, o número de funcionários cai para um contingente que não passa de 100 em toda a rede. “Nesse horário, principalmente nos fins de semana, tem retorno de baile, fim de muitos eventos. O fechamento e abertura são horários mais críticos e não tem segurança mesmo”, afirma o diretor do sindicato Caio Beretti dos Santos. Ele afirma que as agressões a funcionários são comuns.
Beretti também critica o deslocamento dos seguranças para o auxílio ao embarque e desembarque nas plataformas. “Durante o horário de pico, nós somos voltados a fazer a estratégia de fluxo, garantir que o metrô ande. São deslocados 60, 80 agentes para a estação da Sé, por exemplo. Isso significa que na Santana e Tietê terá uma dupla e que na Parada Inglesa, Jardim São Paulo e Carandiru não tem ninguém. Se alguém for roubado lá, vai demorar muito tempo para o segurança chegar”, detalha.
No último sábado (16), funcionários relataram à RBA a ocorrência de três brigas apenas na Belém, na linha 3-Vermelha. Segundo esses funcionários, a estação tem problemas constantes com grupos de skinheads e adolescentes embriagados. Na terceira ocorrência, um jovem identificado como Alan Mesquita e um amigo foram agredidos por pelo menos 15 rapazes vestidos com coturnos e suspensórios, por volta das 22h30. Foi preciso que membros do próprio grupo de agressores impedissem a continuidade do espancamento em função da presença de câmeras de filmagem. No momento da briga, não havia nenhum segurança na estação.
Dez minutos depois de o grupo fugir, oito seguranças chegaram à estação e fizeram o registro interno da ocorrência. Mesquita levou diversos chutes e socos no rosto e na cabeça, mas passa bem. Na ocorrência anterior, ainda segundo operadores da estação Belém, uma funcionária foi mordida e precisou ser encaminhada para atendimento médico.
“Todo fim de semana é assim. Tem muitas casas noturnas aqui perto. Aqui é ponto de encontro de várias 'tribos', daí acontece isso. É um descaso total”, lamentou um funcionário, que preferiu não se identificar.
Para o sindicato da categoria, é preciso dobrar o número de funcionários para garantir atendimento com qualidade a toda a rede.
Questionada sobre os problemas o Metrô se limitou a afirmar, por meio de e-mail da assessoria de imprensa, que a equipe de segurança “realizou atendimento ao passageiro” e que, para “o controle das ocorrências, a Companhia do Metrô também realiza monitoramento por câmeras e conta com a colaboração dos usuários na denúncia de atos de infração no sistema metroviário”. A partir dessas informações, “a equipe que estiver mais próxima do local da ocorrência irá verificar o fato”.
A reportagem também questionou a companhia sobre o número de ocorrências por dia ou mês no sistema, mas a resposta veio em número de passageiros: uma para cada milhão de pessoas transportadas em 2012. Seria o equivalente a quatro por dia ou cerca de 1.200 por ano
Segundo a Companhia do Metropolitano (Metrô), a empresa conta com 1.200 agentes. Mas o Sindicato dos Metroviários afirma que, por causa de escalas de férias, licenças e folgas, o efetivo é de apenas 300, para 58 estações e 4 milhões de usuários/dia. Esses agentes não são distribuídos de maneira uniforme. Algumas estações, próximas a eventos culturais e esportivos e nos horários de maior fluxo, chegam a reunir mais de 20 equipes, enquanto outras ficam desprotegidas.
Entre 22h e 6h, segundo o sindicato, o número de funcionários cai para um contingente que não passa de 100 em toda a rede. “Nesse horário, principalmente nos fins de semana, tem retorno de baile, fim de muitos eventos. O fechamento e abertura são horários mais críticos e não tem segurança mesmo”, afirma o diretor do sindicato Caio Beretti dos Santos. Ele afirma que as agressões a funcionários são comuns.
Beretti também critica o deslocamento dos seguranças para o auxílio ao embarque e desembarque nas plataformas. “Durante o horário de pico, nós somos voltados a fazer a estratégia de fluxo, garantir que o metrô ande. São deslocados 60, 80 agentes para a estação da Sé, por exemplo. Isso significa que na Santana e Tietê terá uma dupla e que na Parada Inglesa, Jardim São Paulo e Carandiru não tem ninguém. Se alguém for roubado lá, vai demorar muito tempo para o segurança chegar”, detalha.
No último sábado (16), funcionários relataram à RBA a ocorrência de três brigas apenas na Belém, na linha 3-Vermelha. Segundo esses funcionários, a estação tem problemas constantes com grupos de skinheads e adolescentes embriagados. Na terceira ocorrência, um jovem identificado como Alan Mesquita e um amigo foram agredidos por pelo menos 15 rapazes vestidos com coturnos e suspensórios, por volta das 22h30. Foi preciso que membros do próprio grupo de agressores impedissem a continuidade do espancamento em função da presença de câmeras de filmagem. No momento da briga, não havia nenhum segurança na estação.
Dez minutos depois de o grupo fugir, oito seguranças chegaram à estação e fizeram o registro interno da ocorrência. Mesquita levou diversos chutes e socos no rosto e na cabeça, mas passa bem. Na ocorrência anterior, ainda segundo operadores da estação Belém, uma funcionária foi mordida e precisou ser encaminhada para atendimento médico.
“Todo fim de semana é assim. Tem muitas casas noturnas aqui perto. Aqui é ponto de encontro de várias 'tribos', daí acontece isso. É um descaso total”, lamentou um funcionário, que preferiu não se identificar.
Para o sindicato da categoria, é preciso dobrar o número de funcionários para garantir atendimento com qualidade a toda a rede.
Questionada sobre os problemas o Metrô se limitou a afirmar, por meio de e-mail da assessoria de imprensa, que a equipe de segurança “realizou atendimento ao passageiro” e que, para “o controle das ocorrências, a Companhia do Metrô também realiza monitoramento por câmeras e conta com a colaboração dos usuários na denúncia de atos de infração no sistema metroviário”. A partir dessas informações, “a equipe que estiver mais próxima do local da ocorrência irá verificar o fato”.
A reportagem também questionou a companhia sobre o número de ocorrências por dia ou mês no sistema, mas a resposta veio em número de passageiros: uma para cada milhão de pessoas transportadas em 2012. Seria o equivalente a quatro por dia ou cerca de 1.200 por ano
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