Frota J do Metrô circula com CBTC na Linha 2-Verde aos domingos |
O novo sistema de sinalização das composições da Linha 2-Verde do
Metrô de São Paulo registrou falhas nos últimos meses, levando até a
paralisação do ramal.
O equipamento, chamado
CBTC (sigla em inglês para Controle de Trens Baseado em Comunicação),
que diminui o intervalo entre eles, vem sendo implementado desde 2010 e
testado aos domingos na linha, que liga a Vila Prudente, na zona leste, à
Vila Madalena, na oeste. A empresa deve decidir nesta quinta-feira, 20,
se suspende o contrato para adaptar trens ao CBTC.
Segundo
o Estado apurou, as duas últimas panes de maior relevância foram
registradas no domingo passado e no retrasado - como ainda está em
teste, o CBTC só opera na Linha 2-Verde inteira no primeiro dia de cada
semana. Nos demais, quando há maior movimento, o controle volta para o
modo antigo, o chamado ATC.
No dia 9, por
exemplo, o computador do CBTC deixou de funcionar por volta das 13h30.
Como consequência, os trens que estavam rodando na Linha 2 ficaram "às
cegas". Cinco deles tiveram de parar nos túneis por mais de 15 minutos. A
estratégia foi feita para evitar o risco de colisões. Os passageiros
não sabiam o que acontecia.
Uma semana depois,
problema semelhante acometeu o CBTC à tarde. Segundo funcionários, a
paralisação, dessa vez, levou mais tempo para ser solucionada, cerca de
40 minutos. Um operador, que preferiu não se identificar, disse que não
há uma mensagem oficial pronta para ser repassada pelas caixas de som
aos usuários em casos como a queda do CBTC. "A gente tem de se virar.
Não existe nenhuma orientação."
Outros incidentes.
No
dia 3 de Janeiro, conforme um relatório de ocorrência técnica do Metrô,
um trem com CBTC na Estação Vila Prudente falhou em duas tentativas de
aplicação da alavanca de emergência. Nessa mesma parada, nos últimos
anos, o CBTC fez trens se deslocarem para o sentido contrário ao
correto, rumo ao fim da Linha 2-Verde, que acaba logo após a estação,
numa parede. Foi graças à ação dos operadores, ativando o freio de
emergência, que o trem foi parado.
Também houve
falhas pouco antes de os trens saírem para a operação comercial. Às
9h55 de 26 de agosto de 2013, uma composição se moveu sozinha no pátio
Tamanduateí, na zona leste. O CBTC foi comprado pelo Metrô em 2008 - por
R$ 712 milhões - da multinacional francesa Alstom, investigada por
suspeita de participação em um cartel para fraudar licitações. O
sistema, que permite uma aproximação maior entre os trens, é a principal
aposta para reduzir a superlotação das linhas.
Para
o consultor de Transporte Sergio Ejzenberg, é inaceitável a demora para
a instalação do CBTC. "O que não consigo conceber é um sistema desse
tipo estar sendo testado há quase quatro anos. O setor público parece
que não tem prazo. É preciso choque de competência."
Ministério Público.
O
Metrô tem esta quinta para decidir e comunicar o Ministério Público
Estadual se manterá o contrato que prevê a instalação do CBTC nos
trens reformados de sua frota.
O prazo foi
dado no início deste mês pelo promotor de Justiça Marcelo Milani, que
investiga dez contratos de reforma e modernização do Metrô por suspeita
de irregularidades. Segundo o promotor, a resposta pode chegar até
amanhã. Ele analisará o material para decidir, caso a empresa não
suspenda o contrato, se entra com uma ação civil pública.
Fonte da Notícia: O Estado de São Paulo
Imagem de Eduardo Ganança
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