Em sua primeira visita a São Paulo após os protestos de junho, a Presidente Dilma Rousseff enalteceu ações do governo federal na
área de mobilidade urbana e criticou indiretamente o Governador Geraldo
Alckmin ao dizer que a capital paulista é "a maior cidade do
mundo com o menor sistema de transporte metroviário do mundo".
Dilma falou hoje ao lado do Prefeito Fernando Haddad. Ela veio à cidade anunciar a destinação de cerca de R$ 8 bilhões
em recursos, dos quais R$ 3 bilhões para corredores de ônibus na
capital. Segundo a petista, seria o maior volume de dinheiro federal já
destinado, de uma só vez, à prefeitura.
A gestão do metrô, cuja necessidade de expansão foi explicitada por
Dilma, é responsabilidade do governo estadual, nas mãos do PSDB há 20
anos. "Uma das teorias divulgadas no Brasil é que o país não tinha nível
de renda suficiente para comportar metrô. Ora, como é possível uma
cidade do tamanho de São Paulo sem transporte metroviário? Sem que o
transporte possa ter uma velocidade que recorte a cidade em toda a sua
expansão?", questionou a presidente.
"Essa teoria é responsável pelo fato de sermos talvez a maior cidade do
mundo com o menor sistema de transporte metroviário do mundo. Isso é uma
questão muito séria e nós temos de encará-la e enfrentar esse desafio
com todas as armas que temos. Com as parcerias que fazemos com o governo
do Estado para acelerar as obras do metrô".
Convidado para o evento, o governador Geraldo Alckmin não compareceu
pois já tinha compromisso. Enviou como representante o secretário de
Planejamento, Julio Semeghini. A visita de Dilma estava prevista para
ontem, mas foi adiada porque a presidente estava doente.
Dilma disse ainda que seu governo já ajuda as obras de ampliação do
metrô contribuindo com recursos para as Linhas 2- Verde e 5-Lilás, e na CPTM,
na modernização de equipamentos da Linha 8-Diamante, por exemplo.
Investimentos em SP
Durante o evento em São Paulo, Dilma Rousseff disse que o governo
federal destinará R$ 3,1 bilhões para mobilidade urbana, incluindo
corredores e terminais de ônibus.
A presidente também garantiu o investimento de R$ 1,6 bilhão para obras
contra enchentes, como no córrego Tremembé e no riacho do Ipiranga, além
da criação de um parque linear em Perus e obras de drenagem no Vale do
Anhangabaú.
As represas Billings e Guarapiranga serão beneficiadas com R$ 3,3
bilhões. Serão construídas na cidade 20 mil unidades habitacionais, que
custarão R$ 1,5 bilhão ao Governo Federal.
Tarifa
A presidente ainda fez questão de dizer que o governo federal agiu para
minimizar o aumento das tarifas de ônibus, desonerando a folha de
pagamento e o PIS/Cofins das empresas do setor. Foi o aumento no preço
das passagens de ônibus que fez com que os protestos estourassem em São
Paulo e outras centenas de cidades pelo país em junho.
Numa espécie de resposta velada aos protestos, a petista disse que
mobilidade urbana é prioridade de sua gestão porque "garantir transporte
público rápido, seguro e de qualidade também é um eixo de redução da
desigualdade".
Em contraposição à fala da presidente, o prefeito Fernando Haddad
elogiou ações conjuntas que vem firmado com Alckmin desde o início de
sua gestão e chamou o governador tucano de "parceiro da cidade de São
Paulo". Ele discursou antes de Dilma.
Durante sua fala, a presidente cometeu uma pequena gafe. Ela chamou o
bairro do Campo Limpo, na zona sul, de "Capão Limpo", numa confusão com
Capão Redondo, que fica na mesma região.
Fonte da Notícia: Folha de São Paulo
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