O Governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, disse ontem que o aumento
das tarifas de trem e de metrô, previsto para fevereiro, podem subir só depois
do primeiro trimestre. Dessa forma, ele atenderia ao pedido do ministro da
Fazenda, Guido Mantega, de adiar reajustes tarifários para não pressionar a
inflação. Alckmin também garantiu que o pedido do ministro se restringiu apenas
à área de transportes.
"(O pedido) foi exclusivamente na área de mobilidade urbana", disse o
governador, após participar da sanção da lei que transforma o Departamento
Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran/SP) em autarquia. Alckmin garantiu
também que o governo estadual não avalia nesse momento um reajuste da tarifa na
conta de água. "Nós não pretendemos fazer nenhum reajuste da Sabesp neste
momento."
De acordo com o governador, o ministro não ofereceu nenhuma compensação em
troca da colaboração do Estado.
"Não tem nenhuma troca. Foi apenas uma conversa com o ministro da Fazenda,
que exteriorizou sua preocupação com o pico inflacionário no começo do ano e que
se fosse (feito o aumento) após o primeiro trimestre ajudaria a diluir e evitar
o pico inflacionário. Não tem nada em troca e nós também nem decidimos ainda",
reforçou o governador. Segundo ele, o governo estadual analisa "com boa vontade"
o pedido de Mantega. "Nós vamos verificar isso com boa vontade", disse.
Na quarta-feira, o governador de São Paulo já havia dito que o Estado faria
"todo o possível" para segurar os reajustes do metrô, da Companhia Paulista de
Trens Metropolitanos (CPTM) e da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos
(EMTU).
Prefeituras. O pedido do ministro da Fazenda se estendeu para os prefeito de
São Paulo, Fernando Haddad (PT), e do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB). Nas
duas cidades, o governo federal pediu para que o reajuste do transporte público
também fosse adiado.
A prefeitura de São Paulo informou que o reajuste da passagem de ônibus deve
ocorrer a partir de 1.º de junho. No Rio, ainda não há definição de data. Rio e
São Paulo têm maior peso no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), índice
oficial do País - no ano passado, o IPCA acumulou alta de 5,84%.
O governo quer evitar que o reajuste do transporte público, combinado com o
aumento da gasolina, pressione demais o IPCA. O Estado revelou esta semana que a
gasolina deverá ter um aumento de 7%. Será o primeiro reajuste em 10 anos. Para
tentar atenuar o aumento, o governo já anunciou que o porcentual de etanol na
gasolina passará de 20% para 25%, no final da safra da cana-de-açúcar,
possivelmente no mês de abril. O óleo diesel também vai subir, mas em nível um
pouco menor do que a gasolina - entre 4% e 5%.
Combinado com o aumento previsto dos combustíveis e com as altas tradicionais
de início de ano, como mensalidade escolares, o governo teme que o índice de
inflação suba para próximo de 1% e alimente as expectativas inflacionárias para
o ano.
O
FERROVIÁRIO, UMA NOVELA SOBRE TRENS. DE SEGUNDA A SEXTA NO BLOG JORNAL DA CPTM.
www.jornaldacptm.blogspot.com.br
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