Frota D da Linha 1-Azul do Metrô de São Paulo |
O Sindicato dos Metroviários de São Paulo denunciou semana passada que o Governador paulista, Geraldo Alckmin, deixou de repassar R$ 255
milhões, correspondente aos passageiros com gratuidade, o Metrô em 2014 e 2015. Os trabalhadores
protestaram hoje na estação Sé, que liga as Linhas 3-Vermelha e 1-Azul,
contra a mudança na data de pagamento, a suspensão das férias e o atraso
e divisão do pagamento da Participação nos Resultados (PR), devido a
uma alegada crise financeira na companhia.
Os trabalhadores já suspeitavam que não estava sendo feito o repasse.
O valor da redução foi revelado a eles por diretores do Metrô, em
reunião no Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, na tarde de 24/02/2016. Em 2014, foram R$ 189 milhões – cifra que supera o lucro líquido
do Metrô naquele ano: R$ 86,8 milhões –, e em 2015, R$ 66 milhões dos R$ 330 milhões previstos (redução de 20%). O lucro de 2015 ainda não foi informado pela companhia.
“A retenção desse valor prejudica a categoria, que tem seus direitos
ameaçados, e a população, porque impede o Metrô de realizar novas
contratações, provocando filas na compra de bilhete, redução do
atendimento nas plataformas e estações, entre outros problemas”, afirmou
o presidente do sindicato, Altino de Melo Prazeres Júnior.
No início deste ano, os trabalhadores foram surpreendidos por uma
série de medidas de economia por parte do Metrô. Os salários, antes
pagos no fim do mês, passaram ao quinto dia útil do mês seguinte. As
férias que ainda não atingiram o limite legal – 11 meses após o
vencimento – estão suspensas. A PR, normalmente paga inteira no fim de
fevereiro, foi dividida em três parcelas, com a primeira para o fim de Março de 2016
A suspensão no repasse das gratuidades é uma tentativa do governo
Alckmin de reduzir o déficit nas contas do estado, que no passado chegou
a R$ 1,38 bilhão. A diferença foi 289% maior que em 2014, quando o
déficit foi de R$ 355 milhões. “E teve o propinoduto – referência ao
cartel formado para fraudar licitações no Metrô – que desviou quase R$ 1
bilhão e o governo não reagiu. Agora não tem dinheiro e o trabalhador é
que paga a conta?”, questionou Altino.
Os trabalhadores ameaçam entrar em GREVE amanhã, 01/03/2016, caso o
Metrô não retroceda nas medidas. Na reunião no TRT, o único avanço
acertado foi que o Metrô pague a PR em duas parcelas e que a primeira
seja no dia seguinte à assembleia dos metroviários, desde que eles
aprovem a proposta. Os trabalhadores vão se reunir na hoje (29/02/2016)
“Nós também queremos que seja paga a PR integral, porque o Metrô
impôs metas inatingíveis, como a implementação completa do sistema de
gerenciamento administrativo, o qual não depende do trabalho do
metroviário. Muito pelo contrário, é uma empresa contratada que faz a
programação”, afirmou Altino.
No ato de 26/02/2016, os trabalhadores foram da Estação Sé até a sede da
empresa, na Rua Boa Vista, centro da capital paulista, cobrar uma nova
reunião de negociação e que também sejam revistas as demais medidas,
como suspensão de férias e mudança de data de pagamento. Até a
publicação da reportagem, os trabalhadores não tinham recebido resposta
da empresa. O Metrô não se pronunciou sobre o caso.
Fonte da Notícia: Rede Brasil Atual
Imagem de Ariel Sena
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