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segunda-feira, 6 de junho de 2016

Homem é preso após cometer abusos sexuais na Linha 3-Vermelha

Câmera de segurança flagrou momento em que suspeito de abuso foi detido (Foto: Reprodução/TV Globo)
Momento em que o estuprador é preso na Linha 3-Vermelha
Câmeras de segurança registraram o momento em que um homem é detido por abusar sexualmente de uma mulher no Metrô de São Paulo. Ele e outro suspeito foram presos dia 23/05/2016 por seguranças à paisana em diferentes trechos da Linha 3-Vermelha, por volta das 8h.

No vídeo, o suspeito é visto sendo imobilizado por seguranças do Metrô. Na sequência, a passageira vítima do abuso aparece chorando. Ela foi protegida e levada para a delegacia para registrar queixa.

O caso registrado em vídeo aconteceu entre as Estações Belém e Dom Pedro II. Já a segunda prisão aconteceu no trecho entre as Estações Brás e Sé. Os homens aproveitaram que estavam em vagões cheios para tocar e encostar seus corpos nos corpos das vitimas. Eles foram detidos assim que desembarcaram.

As vítimas e os dois homens foram levados para a Delpom.

Fonte da Notícia: G1-SP
Imagem: Reprodução TV Globo

Jovem skatista é agredido na Estação Sé por seguranças

Gabriel Pacheco, skatista agredido no Metrô de São Paulo (Foto: TV Globo/Reprodução)
Depoimento de Gabriel Pacheco, o skatista agredido na Estação Sé
O skatista Gabriel Lima Pacheco, de 20 anos, agredido com chutes e golpes de cassetete por dois seguranças do Metrô de São Paulo, disse ao Bom Dia São Paulo que foi a primeira vez que sofreu uma agressão por causa de skate. "Preconceito a gente nota muito, na rua no mercado, no shopping. Mas, agressão, foi a primeira vez", afirmou o jovem.

Ele relatou que os seguranças o chamaram de vagabundo quando ele comprava bilhetes na Estação Sé. "Eles falaram: 'Tira esse skate de chão, vagabundo!'", relata Gabriel.

O caso ocorreu dia 26/05/2016. Gabriel deixou o skate no chão para comprar o bilhete do metrô quando foi abordado. Os seguranças, segundo o rapaz, pediram para ele segurar o equipamento. O jovem afirma que pediu que esperassem um pouco e, em seguida, começou a ser golpeado.

Um amigo dele que passava pela Estação Sé, no Centro, registrou o flagrante de violência. No vídeo, um dos seguranças chuta o jovem, que em seguida leva golpes de cassetete. Quem gravou a agressão tenta convencer a parar, e também leva um golpe. O skatista vai em direção a um dos seguranças e é novamente agredido. O Metrô informou que os agentes de segurança foram afastados até a apuração final da ocorrência.

A agressão só parou com a chegada de um homem que se apresenta como superior dos dois agentes. “Não via da onde vinha, percebi que eram várias seguidas. Apanhei mais ainda depois que tentei me defender", disse Gabriel.

Após ser contido, o jovem pergunta o nome do agente que o agrediu. O segurança, porém, esconde a identificação. Ele procurou a polícia apenas dia 31/05/2016.

Gabriel é estudante de história e trabalha como administrador de pequenas obras junto com o pai. Ele teve ferimentos na cabeça e no pescoço após ser agredido pelos seguranças. O caso foi registrado como lesão corporal

Fonte da Notícia e Imagem: G1-SP

sexta-feira, 3 de junho de 2016

Skatista é agredido na Estação Sé durante feriado de Corpus Christi

Estação Sé (Linhas 1-Azul e 3-Vermelha)
Dois seguranças do Metrô agrediram um jovem de 20 anos com chute e golpes de cassetete em São Paulo, informou o SPTV. Um homem que passava pela Estação Sé, no Centro, registrou o flagrante de violência.
 
No vídeo, um dos seguranças chuta o jovem, que em seguida leva golpes de cassetete. Quem gravou a agressão tenta convencer a parar, e também leva um golpe. O skatista vai em direção a um dos seguranças e é novamente agredido. O Metrô informou que os agentes de segurança foram afastados até a apuração final da ocorrência.

O caso ocorreu dia 26/05/2016. Gabriel Lima Pacheco, de 20 anos, deixou o skate no chão para comprar o bilhete do metrô quando foi abordado. Os seguranças, segundo o rapaz, pediram para ele segurar o equipamento. O jovem afirma que pediu que esperassem um pouco e, em seguida, começou a ser golpeado.

A agressão só parou com a chegada de um homem que se apresenta como superior dos dois agentes. “Não relei a mão em você. Se eu tivesse relado a mão em você, você tinha razão", disse.

Após ser contido, o jovem pergunta o nome do agente que o agrediu. O segurança, porém, esconde a identificação. Ele procurou a polícia apenas no último dia 31/05/2016. Como teve ferimentos na cabeça e no pescoço, o caso foi registrado como lesão corporal.

Fonte da Notícia: G1-SP 
Créditos da Imagem Reservados ao Autor

segunda-feira, 9 de maio de 2016

Abusos sexuais no Metrô e na CPTM crescem 62% entre Janeiro e Março de 2016

"Assediar mulheres nas ruas só faz de você um imbecial nojento": Grupo de mulheres fez ato contra o assédio em vagões do Metrô de São Paulo em outubro de 2015O número de casos de abuso sexual nos trens e nas estações do Metrô e da CPTM registrados pela Polícia Civil de São Paulo aumentou 62% entre o primeiro trimestre de 2015 e o mesmo período deste ano.

Em um ano, a quantidade de ocorrências relacionadas ao assédio sexual de mulheres no sistema metroviário saltou de 34 para 55. É o que aponta levantamento inédito feito pelo Fiquem Sabendo com base em dados da Delpom, da Polícia Civil, obtidos por meio da Lei Federal nº 12.527 (Lei de Acesso à Informação).

Essa delegacia é responsável por registrar e investigar os casos de abuso sexual no sistema metroviário ocorridos em toda a capital paulista. Não estão computadas nesse levantamento eventuais ocorrências de violência sexual registradas por passageiras da CPTM em delegacias de outras cidades da Grande São Paulo.

A reportagem tabulou os termos circunstanciados (documentos expedidos pela polícia ao registrar delitos leves) e os boletins de ocorrência com as três naturezas criminais mais tipificadas pela Polícia Civil em relação ao abuso sexual: importunação ofensiva ao pudor (contravenção penal que, por lei, não resulta em prisão) e os crimes de violação sexual mediante fraude (com pena prevista de dois a seis anos de prisão) e estupro (com pena estipulada de reclusão de até dez anos).

De acordo com a Delpom, entre o primeiro trimestre de 2015 e o mesmo período deste ano, o número de termos circunstanciados de importunação ofensiva ao pudor registrados saltou de 33 para 54. Em cada um desses períodos, foi contabilizado um único caso de violação sexual mediante fraude. Em nenhum deles, houve registro de estupro.

Campanhas de conscientização

O aumento das ocorrências de abuso sexual no sistema metroviário confirma uma tendência verificada desde que o metrô e a CPTM iniciaram, em 2014, campanhas para incentivar mulheres a denunciar os casos de abuso sexual sofrido por elas nos trens e nas estações. 
Entre 2013 e 2014, a quantidade de casos saltou de 94 para 150. No ano passado, foram registrados outros 181. Isso representa quase o dobro do número contabilizado antes do início das campanhas.

Questionados sobre o aumento de casos verificado em 2016, a Secretaria de Estado da Segurança Pública, o metrô e a CPTM atribuíram isso às campanhas de conscientização.

A Secretaria da Segurança disse em nota que os casos de importunação ofensiva ao pudor no sistema metroviário "tem aumentado por causa de campanhas de conscientização, da intensificação do trabalho policial para reduzir a subnotificação das ocorrências, além do crescente número de usuários no sistema ferroviário".

O Metrô informou, também em nota, que, entre 2014 e 2015, realizou duas campanhas diferentes de conscientização, e que o aumento do número de denúncias já era esperado como resultado desse trabalho.

A CPTM disse ainda que, em 2015, em 98% dos casos em que os molestadores foram identificados, eles foram levados à delegacia e as vítimas registraram boletins de ocorrência.

Informação é essencial

Para o especialista em segurança pública Jorge Lordello, trabalhos como os realizados pelo metrô, CPTM e polícia podem, de fato, levar ao aumento de denúncias. "As pessoas são carentes de informação. Quando mais elas conhecem o seu direito, maior será o número de casos levados à polícia", diz.

De acordo com o especialista, por esse motivo, o aumento da quantidade de ocorrências de abuso sexual no sistema metroviário tende a subir ainda mais.

Com relação à punição dos suspeitos, Lordello afirma que somente uma mudança na lei, aumentando a pena prevista para quem hoje é enquadrado por importunação ofensiva ao pudor, poderia inibir a ação dos "encoxadores". "Para muitos brasileiros, assinar um termo circunstanciado e nada é a mesma coisa. Nem a multa nem o pagamento de uma cesta básica, quando há condenação, são entendidos como punição."  

Fonte da Notícia: UOL
Imagem 1: UOL
Imagem 2: Metrô

segunda-feira, 18 de abril de 2016

Manifestantes contra o impeachment causam confusão na Estação República

Manifestantes que participaram de ato no Centro de SP chegam na Estação República do Metrô (Foto: Glauco Araújo/G1)
Manifestantes contra o impeachment fazem confusão na Estação República
Manifestantes que participaram de um ato contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff no Centro de São Paulo pularam as catracas da Estação República da Linha 3-Vermelha do Metrô no início da noite de 16/04/2016. Os manifestantes queriam que o Metrô liberasse as catracas e, enquanto negociavam com a direção da estação, algumas pessoas começaram a pular e passar sem pagar passagem. Seguranças tentam impedir. Houve tumulto e agressões

Segundo o Metrô, ninguém foi detido e dois seguranças ficaram levemente machucados.

O protesto começou na Praça do Patriarca com apresentações de blocos de carnaval. Os manifestantes desfilaram cantando e dançando até a Praça da República. Eles entraram na estação do Metrô para pegar o trem até o Largo da Batata, em Pinheiros, na Zona Oeste de São Paulo, onde os grupos contrários ao impeachment costumam se reunir.

Após a confusão, os manifestantes seguiram viagem e chegaram ao Largo da Batata.

O Metrô afirmou: "por volta de 19h, cerca de 200 desordeiros integrantes do movimento São Paulo Contra o Golpe estavam provavelmente em alguma manifestação próxima à República, pularam os bloqueios da estação e embarcaram. Não foi possível fazer nenhuma detenção, nós tivemos dois agentes de segurança levemente lesionados".

Fonte da Notícia: G1-SP
Imagem de Glauco Araújo

quarta-feira, 6 de abril de 2016

Número de agressões a funcionários do Metrô cresce 69% em um ano

Os casos de agressão a agentes do Metrô de São Paulo cresceram 69% entre 2014 e 2015. Em números absolutos, a alta foi de 64 para 108 ocorrências. É o que aponta levantamento inédito feito pelo Fiquem Sabendo com base em dados do Metrô de São Paulo obtidos por meio da Lei Federal nº 12.527/2011. Cada caso envolve um ou mais agentes agredidos.

De acordo com as informações disponibilizadas pela empresa de transporte metropolitano, o aumento das agressões se deu de forma mais acentuada entre os agentes de estação. Nesse caso, a alta foi de 91% (de 22 para 42 ocorrências) entre um ano e outro. Já as agressões a seguranças do metrô cresceram 57% (de 42 para 66 casos).

Para o presidente do Sindviários (Sindicato dos Trabalhadores no Sistema Viário e Urbano do Estado de São Paulo), Altino Prazeres Júnior, o aumento das agressões está relacionado à atual crise econômica, que, diz ele, provocou o aumento da quantidade de vendedores ambulantes e de pessoas que querem usar o metrô sem pagar, como é o caso dos "prateados", pessoas que se pintam e pedem dinheiro dentro e fora do Metrô.

"Os marreteiros são altamente agressivos. Já vivenciamos casos em que um usuário, que foi abordado por querer burlar a catraca, ameaçou o metroviário de morte", conta Prazeres Júnior.

Na avaliação do especialista em segurança pública Jorge Lordello, faz sentido relacionar o aumento das agressões com situações ligadas à retração da atividade econômica, como a presença de uma quantidade maior de ambulantes nos trens e nas estações do Metrô.

"Com a alta taxa de desemprego que registramos atualmente, a gente sabe que o brasileiro vai se virar e uma forma de fazer isso é vender qualquer coisa na rua. Para essa pessoa, qualquer economia é importante. Em situações em que se vende algo proibido ou não se quer pagar uma passagem, vai haver confronto", diz.

Para o especialista, outro fator que pode ter influenciado o aumento das agressões é o que ele descreve como momento de maior tensão emocional das pessoas decorrente da crise política do país e o consequente alto número de manifestações, como as que têm ocorrido na Avenida Paulista.

"Com as manifestações, há um grande fluxo de pessoas em horários e em dias em que isso não acontecia habitualmente. E as pessoas, de um modo geral, estão alteradas emocionalmente. Com esse estresse todo, qualquer coisa é motivo para uma discussão ou uma briga", afirma Lordello.

Entre 2014 e 2015, o Metrô informou ter registrado apenas um caso de agressão a usuário cometida por um segurança da empresa.

"Estilhaço de uma garrafa cortou minha orelha"
A reportagem conversou com um segurança do metrô que foi agredido enquanto trabalhava. Ele faz parte de um grupo de cinco agentes atacados com latas, garrafas e pedaços de pedra desferidos por pelo menos 40 ambulantes na Estação Terminal Corinthians-Itaquera, da Linha 3-Vermelha.

O caso ocorreu horas antes do jogo entre Corinthians e Capivariano, pelo Campeonato Paulista, na Arena Corinthians, na noite do dia 11 de fevereiro. Ele pediu para não ser identificado.

"Naquele dia, estávamos em 16 seguranças, e o grupo de ambulantes tinha 40 ou 50 pessoas. Quando fomos abordá-los, eles começaram a fazer algazarra. No momento em que começamos a apreender a mercadoria, eles começaram a arremessar pedra, pedra de gelo, lata de cerveja", diz. "Um estilhaço de garrafa de vidro fez um corte na minha orelha esquerda."

De acordo com ele, outro segurança sofreu uma fratura na perna ao ser atingido com um pedaço de um muro de arrimo, construído em volta do estádio, arremessado por um dos ambulantes.

"Fiquei afastado do serviço por dois dias", conta. Segundo o segurança, dos cinco seguranças agredidos, quatro se dirigiram à Delpom para registrar o caso.

Registro da agressão

Procurada para se manifestar sobre o aumento das agressões aos agentes do metrô, a Secretaria de Estado da Segurança Pública disse, por meio de nota enviada por sua assessoria de imprensa, que "em caso de agressão, o funcionário do Metrô deve ir até a Delegacia do Metropolitano para registrar a ocorrência, pois assim os policiais podem adotar as medidas de polícia judiciária pertinentes".

Já o Metrô de São Paulo enviou a seguinte nota à reportagem:

"O Metrô é uma empresa de Transporte Metropolitano sobre trilhos. Causa-nos estranheza que um site noticioso especule com uma empresa dedicada aos transportes as razões de um fenômeno social que deveriam ser debatidas com fontes com credibilidade e autoridade sobre o assunto, como acadêmicos dedicados às ciências humanas, por exemplo.

O Metrô, no que lhe compete, esclarece que todos os empregados da companhia estão amparados pela CLT e têm garantidos os direitos previstos em lei.

Além disso, a empresa mantém à disposição de todos os funcionários atendimento psicológico e de assistência social, independentemente de terem se envolvido, direta ou indiretamente, em qualquer ocorrência.

Casos de agressão são registrados em Boletins de Ocorrência para apreciação e providências da Autoridade Policial."

Fonte da Notícia: Portal UOL
Imagens: UOL

terça-feira, 29 de março de 2016

Abusos sexuais são cometidos no Metrô e na CPTM a cada dois dias

Trens do metrô e da CPTM têm um caso de abuso sexual a cada dois dias Os trens do Metrô e da CPTM registraram, em 2015, uma média de um caso de abuso sexual a cada dois dias.

Entre Janeiro e Dezembro de 2015, foram contabilizados 181 casos, o que equivale a um aumento de 21% em relação às 150 ocorrências registradas em 2014.

É o que aponta levantamento inédito feito pelo Fiquem Sabendo com base em dados da Delpom, da Polícia Civil, obtidos por meio da Lei Federal nº 12.527 (Lei de Acesso à Informação).

Essa delegacia é responsável por registrar e investigar os casos de abuso sexual no sistema metroviário ocorridos em toda a capital paulista.

Não estão computados nesse levantamento eventuais ocorrências de violência sexual registradas por passageiras da CPTM em delegacias de outras cidades da Grande São Paulo.

A reportagem tabulou o número de boletins de ocorrência com as três naturezas criminais mais tipificadas pela Polícia Civil em relação ao abuso sexual: importunação ofensiva ao pudor, que, pela lei brasileira, não é crime, mas sim uma contravenção penal (delito de menor gravidade, que não prevê prisão em caso de condenação de um acusado), e os crimes de violação sexual mediante fraude e estupro.

Entre 2011, quando foram registrados 90 casos de abuso sexual nos trens do Metrô e da CPTM na cidade de São Paulo, e 2015, o número total de casos de abuso sexual nos trens do Metrô e da CPTM dobrou.

Segundo o delegado Osvaldo Nico Gonçalves, diretor do Decade, responsável pela Delpom, o que leva a polícia, na prática, a classificar uma situação de abuso sexual no transporte público como contravenção ou crime “é a análise do caso concreto feita pelo delegado, tendo por base a gravidade da situação e o fato de o acusado ter agido ou não com violência”.

“Há todo tipo de abuso sexual nos trens. As situações em que o sujeito encosta na mulher são, na maioria das vezes, importunação [ofensiva ao pudor]. Agora, há casos em que o homem chega a ejacular. Aí é estupro direto. [A classificação] Depender da gravidade”, explica o delegado.

A lei brasileira estipula penas bem diferentes para cada uma dessas condutas: apenas o pagamento de multa para a importunação ofensiva ao pudor, prisão de dois a seis anos para a violação sexual mediante fraude e de seis a dez anos em caso de estupro.
Trens do metrô e da CPTM têm um caso de abuso sexual a cada dois dias

Maioria dos casos é considerada delito leve

Dos 181 casos de abuso sexual nos trens do Metrô e da CPTM registrados em 2015, 94% deles (171) foram classificados pela Polícia Civil como importunação sexual mediante fraude; sete foram considerados violação sexual mediante fraude (4% do total) e apenas três (2%), estupro.

O fato de a grande maioria dos casos de abuso sexual ser classificada como delito de menor gravidade ocorreu em todos os cinco anos com estatísticas analisadas pela reportagem, tanto no Metrô quanto na CPTM).

Em 2011, por exemplo, a CPTM registrou 27 casos de importunação sexual, um de violação sexual mediante fraude e nenhum de estupro. No mesmo ano, no Metrô, foram contabilizadas 60 ocorrências de importunação, duas de violação sexual mediante fraude e nenhuma de estupro 

Na avaliação do jurista e professor de direito penal Luiz Flávio Gomes, isso só ocorre porque a lei brasileira não prevê, concretamente, um crime intermediário entre a importunação e o estupro.

“Pela lei, a importunação ofensiva ao pudor pressupõe que não haja toque físico. Um exemplo disso é a situação em que o homem chama a mulher de bunduda, gostosa ou qualquer outra forma que a ofenda”, diz Gomes. “Havendo toque físico, qualquer que seja ele, é estupro.”

De acordo com o jurista, o fato de o estupro ter uma pena muito alta faz com que a polícia e o próprio Poder Judiciário classifiquem os casos de abuso sexual de outras formas. Assim, eles evitam que as “encoxadas” praticadas no transporte público sejam punidas como estupro.

“Deveria ser criado o crime molestamento sexual, com pena de dois a seis anos, como está previsto na reforma do Código Penal, em tramitação no Senado. Como ele ainda não existe, as autoridades hoje ‘forçam a barra’, enquadrando casos de abuso sexual como violação sexual mediante fraude e importunação, quando não o são.”

Pela lei, diz Gomes, a violação sexual mediante fraude se aplica a casos em que o suspeito mente para a vítima, passando-se por outra pessoa, para levá-la a fazer sexo ou praticar outro ato libidinoso com ele, por exemplo. “Não vejo como isso pode ocorrer no transporte público.”

Polícia credita aumento de casos à queda de subnotificação

A Secretaria de Estado da Segurança Pública informou por meio de nota enviada por sua assessoria de imprensa que “os casos de abuso sexual no sistema metroviário têm aumentado, ano após ano, conforme aumento do número de passageiros e a intensificação do trabalho policial para reduzir a subnotificação das ocorrências de importunação ofensiva ao pudor”. “Através do monitoramento por câmeras de segurança e agentes infiltrados em vagões, a polícia civil observa e atua em caso de atitudes suspeitas.”

Quanto ao fato de haver mais casos registrados no Metrô do que na CPTM, a secretaria disse que isso ocorre porque “as linhas e estações da CPTM abrangem grande parte da Região Metropolitana São Paulo e não apenas a Capital”. “As ocorrências da Grande São Paulo são registradas nas delegacias de cada área, distribuindo os registros.”

Campanhas têm estimulado registro de ocorrência, afirma Governo

A Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos, responsável pelo Metrô e pela CPTM, disse por meio de nota que as duas empresas “vêm intensificando suas campanhas de cidadania e conscientização e as ações de combate ao crime”. Segundo a pasta, isso “tem estimulado mulheres que passam por este constrangimento a registrarem denúncia e BO em delegacias de polícia”.

De acordo com a secretaria, desde o início da campanha “Você não está Sozinha”, no Metrô, em 2014, o número de relatos de abuso sexual recebidas pelo Metrô por meio de seu SMS-Denúncia tem crescido. “O número de registro de ocorrências saltou de 76 em 2013 para 120 em 2014 e 146 em 2015.”

O número do SMS-Denúncia do Metrô é o 97333-2252.

A pasta informou que, no Metrô, “foi criado um programa de combate ao abuso no qual todos os agentes de segurança e de estação passaram por treinamento para acolhimento das vítimas”. Segundo a secretaria, 9 em cada 10 suspeitos de abuso sexual são detidos pelos agentes de segurança do Metrô e encaminhados para as autoridades policiais.

Com relação à CPTM, a secretaria diz que também é feita uma campanha de conscientização, por meio de mensagens sonoras nos trens e estações e nas redes sociais. O número do SMS-Denúncia da CPTM é o 97150-4949.

Em 2015, seguranças da CPTM detiveram 92 suspeitos de abuso sexual.

Ainda segundo a secretaria, tanto no metrô quanto na CPTM, os canais de denúncia “garantem total anonimato” ao denunciante. Os agentes de todo o sistema metroviários também são treinados para auxiliar e a acompanhar a vítima até a delegacia, onde é feito o registro da ocorrência.

Fonte da Notícia: Fiquem Sabendo
Gráficos: Fiquem Sabendo 
Imagem: Metrô

terça-feira, 22 de março de 2016

Casos de assédio sexual no Metrô e na CPTM dobram nos últimos quatro anos

Os casos de assédio sexual em trens do Metrô e da CPTM dobraram nos últimos 4 anos. O SPTV teve acesso aos dados pela Lei de Acesso à Informação. O número de casos de assédio passou de 80, em 2011, para 168, em 2015. Nesse período, foram registrados dez estupros e 564 suspeitos acabaram detidos.
 
Para o Metrô, as campanhas de combate a esse crime têm ajudado as mulheres a criar coragem para denunciar. Já as mulheres dizem que não aguentam mais e por isso se recusam a ficar caladas.

Mulheres, que sabiam que estavam sendo gravadas, contaram casos à reportagem durante uma viagem no Metrô no horário de pico, quando os trens estão lotados. "Uma história de esbarrar e passar a mão. Você sabe que é na maldade. Mas eu consegui escapar”, disse a bancária Mainá Moratori.

Milena Trindade, auxiliar administrativa, afirma que sofre assédio frequentemente. “Toda semana acontece, principalmente quando a gente pega na Sé.  Eles aproveitam, eles colocam a jaqueta e ficam assediando", afirmou.

A recepcionista Priscila de Abreu foi vítima de abuso há treze anos, em um Metrô lotado. "O rapaz passou a mão em mim. Ele estava na parte de trás com o paletó nas costas. Eu falei com ele, dei uma cotovelada e saí do Metrô, na estação."

É difícil achar mulheres que nunca tenham levado um esbarrão mal intencionado no aperto do transporte público ou que não tenham visto uma situação como essa. A supervisora de vendas Patrícia de Freitas conta que usa a bolsa para se proteger. “Eu sempre coloco ela de lado e procuro ficar sempre de lado, pra ninguém ficar encostando. Se eu vejo algum homem próximo, eu tento sair de perto, com medo de assédio", afirmou.

A vendedora Priscila Ramos também já viu casos de assédio e ficou tão chocada que agora só pega o Metrô quando chove. "Depois que aconteceu isso, tipo assim, a gente fica com medo de acontecer com a gente, porque às vezes a gente não tem coragem de falar, de virar. A gente acaba aguentando por vergonha".

O Metrô tem uma campanha para incentivar as mulheres a denunciar os abusos desde 2014. Para o chefe de segurança do Metrô, Rubens Menezes, é por isso que o número de registros aumentou.

"Muitas ocorrências, você atende a mulher, atendia na verdade, e ela não queria fazer o registro. Hoje, nós fazemos todo um trabalho específico para estimulá-la a fazer o registro", afirmou.

Para Paula Medeiros, analista de treinamento, muitas mulheres já não aguentam os abusos caladas. "Eu acho que o fato de isso estar vindo à tona significa que a gente quer uma mudança. Uma mudança de comportamento, de ação, de punição também", disse.

Se você for vítima ou se perceber um caso de assédio nos trens, o melhor caminho é procurar imediatamente um funcionário do Metrô ou da CPTM na estação mais próxima.

Fonte da Notícia: G1-SP
Imagem: Catraca Livre

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Manifestação termina com tumulto na Estação Anhangabaú ontem (28/01/2016)

Homem chuta portão do Metrô Anhangabaú na noite desta quinta-feira  (Foto: Fabio Tito/G1)
Vandalismo na Estação Anhangabaú ontem devido as manifestações
Manifestantes fizeram ontem (28/01/2016) o sétimo ato contra o reajuste da tarifa de transporte público em São Paulo. O protesto organizado pelo Movimento Passe Livre saiu do Largo do Paissandu e foi até a sede da Prefeitura, no Anhangabaú, no Centro de São Paulo. Um manifestante foi detido pela PM, mas a corporação não informou o motivo.

O ato foi acompanhado pela Polícia Militar e seguiu pacífico até a hora da dispersão, por volta de 20h30. Manifestantes realizaram uma "reunião" e queimaram catracas de papelão colocadas em frente à sede da Prefeitura. Em seguida, a estação Anhangabaú do Metrô foi fechada e um grupo tentou entrar. Seguranças da companhia impediram, fecharam os portões e houve tumulto. Um segurança do Metrô foi ferido com uma pedrada na cabeça.

Policiais militares usaram gás de pimenta, que foi jogado no acesso ao portão do Metrô. Houve tumulto. A assessoria de imprensa do Metrô informou que os seguranças da companhia não utilizam gás de pimenta como recurso de defesa. A PM confirma que um segurança do Metrô foi ferido com uma pedrada na cabeça. Não há informações de manifestantes feridos.

Alguns dos participantes do protesto conseguiram entrar antes do fechamento do acesso à estação. A Polícia Militar se posicionou  em frente aos portões da estação.

Segundo o Metrô, a estação foi fechada por causa de um princípio de tumulto no local. Manifestantes que conseguiram entrar na estação se sentaram em frente aos seguranças usando máscaras.

Alguns passageiros que não puderam entrar na estação questionaram os manifestantes. "Todo mundo trabalha e vocês ficam travando o Metrô", disse um homem. Uma manifestante tentou explicar os motivos do protesto e disse que eram os seguranças que estavam impedindo a entrada. Uma mulher ficou nervosa ao ver a estação fechada, também criticou os manifestantes e chorou.

Seguranças impedem que manifestantes invadam o metrô (Foto: Fabio Tito/G1)
Manifestantes aglomerados na Estação Anhangabaú ontem a noite
Veja com foi o ato, minuto a minuto:
 
17h30: Manifestantes se concentram no Largo do Paissandú;
17h32: PMs se posicionam no entorno do Largo Paissandú;
17h40: PM fecha um dos acessos ao Largo do Paissandú;
17h45: Jovens fazem faixas para a manifestação;
17h47: manifestantes distribuem panfletos chamando a população para uma reunião em frente à Prefeitura às 19h e convidando o prefeito e o governador a participarem;
18h: PM define trajeto do ato: Av. São João, Anhangabaú, Rua Líbero Badaró e Viaduto do Chá;
18h20: PM fecha Rua Conselheiro Crispiniano, no entorno do Largo Paissandú;
18h30: Grupo começa a caminhada;
18h38: Grupo faz jogral anunciando início da caminhada até a Prefeitura de SP;
18h45: Protesto passa pelo Vale do Anhangabaú;
18h52: Grupo sobe a Rua Líbero Badaró;
18h55: Grupo chega ao prédio da Prefeitura de São Paulo;
19h: Manifestantes começam reunião sem a presença de Haddad e Alckmin;
19h02: Lúcio Gregório, ex-secretário de Transportes de SP, participa da reunião;
19h08: Grupo senta em frente ao prédio da Prefeitura de São Paulo;
20h: Manifestante joga combustível sobre catracas de mentira;
20h15: Manifestantes colocam fogo em catracas de madeira e papel;
20h29: Grupo sai da Prefeitura de São Paulo e caminha sentido Metrô Anhangabaú;
20h30: Grupo segue pela Rua Xavier de Toledo;
20h37: PM cerca Metrô Angangabaú;
20h42: PM joga gás de pimenta nos manifestantes que forçam entrada da estação do metrô;
20h49: Metrô Anhangabaú é fechada;
21h30: Passageiros discutem com manifestantes;
21h59: Seguranças autorizam entrada aos poucos de passageiros;
22h26: Segurança do Metrô é ferido na cabeça;
22h31: Funcionários avisam que estação foi fechada e não reabre mais nesta quinta;
23h: Apesar do aviso anterior, Metrô volta a abrir Estação Anhangabaú.

Fonte da Notícia: G1-SP
Imagens de Fábio Tito

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

No Metrô de SP, trabalhadores criam subcomissão da CIPA para combater os assédios as mulheres

Na primeira reunião da CIPA da Linha 1 - Azul do Metrô de SP, os eleitos da agrupação Metroviários pela Base levaram a proposta da criação de uma subcomissão que tratasse dos assédios às mulheres sofridos todos dias dentro do metrô de São Paulo; são usuárias, funcionarias, trabalhadoras terceirizadas e jovens cidadãs que não podem mais deixar de ser ouvidas.

Toda a bancada dos trabalhadores eleitos abraçou a ideia proposta por nós do Metroviários pela Base e defenderam a criação da mesma frente a bancada da empresa.

A aprovação se deu depois de um debate intenso com a bancada da empresa, que tentou secundarizar a questão dizendo que a CIPA já trata da saúde da mulher não enxergando que o assédio às mulheres se trata de um assunto específico, e sugeriu que se tratasse desse assunto em alguma subcomissão já existente. Quando posto que se trata de uma questão específica que não pode ser secundarizada ou negligenciada mais, como tem sido feito, a empresa teve que aceitar a criação da subcomissão de saúde e proteção às mulheres.

A existência dessa nova subcomissão se trata de uma grande vitória da categoria metroviária; iniciativa que deve ser reivindicada e posta em prática nas outras CIPAs do Metrô. A subcomissão na Linha 1 - Azul do Metrô será formada inteiramente por mulheres: as únicas três eleitas, o que já denuncia o caráter machista, onde as mulheres não possuem voz e representação em ambientes públicos, e outras três funcionárias indicadas pela empresa.

As usuárias, as metroviárias, terceirizadas e Jovens Cidadãs devem saber que a partir de agora possuem uma subcomissão para buscar, um local para denunciar os assédios cometidos, onde buscaremos combater a passividade da empresa diante desse absurdo, e denunciar a conivência do Estado de São Paulo nos cada vez mais recorrentes casos de assédio.

Luta contra o machismo

Chegamos ao mês de dezembro depois de protestos em que as ruas foram fechadas por inúmeras mulheres contra a criação da PL 5069 - projeto de lei que tem entre os criadores Eduardo Cunha e Padre Ton, do PT que ataca direitos mínimos conquistados com muita luta, como a distribuição da pílula do dia seguinte e o aborto nos casos em que a mulher foi vitima de estupro- e indo por mais, trazendo a bandeira da legalização do aborto. Na América Latina, milhares de mulheres foram as ruas contra o feminicídio e pedindo "Ni una menos" (Nem Uma a Menos).

E no Metrô de São Paulo as mulheres também tomam voz e denunciam os inúmeros assédios sexuais que acontecem diariamente dentro dos trens, desde o começo do ano os números de denúncia aumentaram consideravelmente.

A empresa responde as reivindicações com uma campanha ineficiente e dando a nós funcionários um treinamento tão ineficaz, que soa como piada, em que o supervisor da estação liga aos funcionários e pede a eles que leiam a campanha que está no mural: uma sulfite cor de rosa com passos, que devemos seguir.

Ao mesmo tempo, a empresa não atende as reivindicações das metroviárias que pedem a criação de uma cartilha interna, distribuída amplamente, que chegue a todos os funcionários conscientizando a categoria do que é o assédio sexual - que não é apenas o assédio físico, mas também aquele assédio verbal transvestido de elogio -, o kit de troca de roupa para atender as usuárias que tiveram as roupas sujadas por esperma, e precisam apresentar isso como prova na delegacia, contratação de mais funcionários para que possamos atender de forma plena as usuárias vítimas de assédio - a empresa apresenta em sua campanha que há mais de mil agentes de segurança para atender as vítimas de assédio, mas sabemos que esse número é insuficiente até para ter duplas em cada estação do Metrô.

Diante desse cenário no Metrô não podemos mais suportar que a empresa naturalize, secundarize e negligencie o assédio às mulheres. A partir da CIPA, da criação dessa nova subcomissão de saúde e proteção às mulheres, mesmo reconhecendo suas limitações, tentaremos combater e cobrar da empresa ações nesse sentido.

Fonte da Notícia: Esquerda Diário 
Imagem de Anne Barbosa

Palmeirenses e corintianos causam tumulto na Estação Tatuapé do Metrô

Conflito entre torcedores ocorreu na manhã deste sábado (Foto: Cauê Fabiano/G1)
Confusão entre torcedores na Estação Tatuapé (Linha 3-Vermelha)
Um tumulto entre torcedores do Corinthians e do Palmeiras na Estação Tatuapé do Metrô, na Zona Leste de São Paulo, deixou ao menos um torcedor palmeirense e uma agente de segurança do Metrô feridos no último final de semana. A confusão foi presenciada pela reportagem do G1.

Segundo a assessoria do Metrô, torcedores do Corinthians seguiam em um vagão da Linha 3-Vermelha no sentido Corinthians-Itaquera, onde fica a Arena Corinthians. Ao passar pela Estação Tatuapé, avistaram um grupo de palmeirenses, que seguiria de Metrô no sentido oposto, e desceram do trem para ir de encontro a eles.

Os corintianos, segundo o Metrô, acionaram o botão de emergência para parar a composição, que ficou fora de operação das 9h32 às 9h37.

Seguranças do Metrô e policiais militares conseguiram impedir o confronto, mas houve tumulto na estação, que teve o acesso parcialmente fechado nas catracas.

Um torcedor do Palmeiras estava com o rosto sangrando. Uma agente de segurança do Metrô, segundo a companhia, também sofreu  um ferimento leve no rosto, causado por um palmeirense, que foi contido por seguranças.

Os torcedores do palmeiras foram enfileirados na mureta da estação e revistados. Algumas pessoas foram escoltadas para fora da estação, onde havia duas viaturas da PM.

Os torcedores do Corinthians, segundo o Metrô, foram liberados para retomar a viagem sentido Itaquera.

Durante o tumulto, torcedores do Palmeiras intimidavam quem tentava fotografar ou filmar o que estava acontecendo. 

O Metrô informa que não houve danos à estação e que a Linha 3-Vermelha funciona normalmente.

O G1 tentou contato com a assessoria da PM, que ainda não tinha informações sobre o caso. A Delegacia do Metropolitano, onde são registradas ocorrências dentro do Metrô, também não atendeu.

Fonte da Notícia: G1-SP
Imagem de Cauê Fabiano

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Como a mobilização de duas jovens levou o Metrô de SP a agir contra abuso sexual

Foto: Divulgação Metrô
Em 2014, causou polêmica uma propaganda do Metrô veiculada na Rádio Transamérica em que um personagem chamado Gavião diz gostar do trem lotado porque "é bom pra xavecá a mulherada, né mano?! (sic)".

Tudo isso combinado à discussão da proposta de adesão ao famoso "vagão rosa" no sistema metropolitano de São Paulo – que significaria separar vagões exclusivamente para mulheres em horários de pico, como ocorre no Rio de Janeiro – levou Ana Carolina Nunes, de 24 anos, e Nana Soares, de 23, a decidirem fazer alguma coisa.

Elas não são funcionárias, são apenas usuárias do metrô há anos e se cansaram de ver casos de assédio ou abuso se multiplicarem nos vagões – Ana, inclusive, sofreu com esse problema quando era adolescente e não sabia como se defender. Hoje, ela é faixa preta de jiu-jitsu, mas não tem a mínima vontade de usar suas técnicas de luta para se defender de agressores sexuais no transporte público. Por isso, optou por procurar outros mecanismos para combater o cerne do problema.

"No começo do ano passado, estava muito em evidência, foram uns três casos de estupro em coisa de um mês", disse Ana Carolina à BBC Brasil. "Me dava desespero porque, para mim, parecia muito óbvio que o Metrô e a CPTM só em se comunicarem já poderiam fazer alguma coisa. Uma simples campanha já causaria muito impacto, e eu pensava: será que eles não percebem isso?"

Jornalista de formação e pesquisadora de políticas públicas por interesse, Ana foi buscar ajuda primeiro com a colega de profissão Nana, também jornalista, e especialista no tema da violência contra a mulher. Juntas, elas procuraram o Metrô para sugerir atitudes – e cobrá-las depois – de combate ao assédio nos vagões.

Mas a tarefa não foi tão simples quanto parecia. "A gente elaborou sugestão em três eixos: prevenção, responsabilização e foco na vítima. Eu achei que a gente ia fazer um documento, protocolar e pronto. Achei que ia apresentar, eles iriam entender e pronto. Não esperava que eles abrissem para eu discutir junto", contou Ana.

Saga

Não foi bem assim. Desde quando fizeram as primeiras sugestões, em maio de 2014 – por duas vias: a ouvidoria do metrô e o canal de relacionamento –, até o dia em que a campanha foi para os vagões (agosto deste ano), passou-se quase um ano e meio.

"Uma coisa que pautou a conversa é que era preciso quebrar o mito de que o agressor no metrô é o maníaco do parque. Não é para falar com esse cara achando que ele é um psicopata", disse Ana.

"Tem gente que faz porque acha que isso é uma brincadeira. Então quando você faz uma campanha mostrando que isso é errado, quem faz achando que é brincadeira não pode dizer que não sabia que é errado. E argumentamos que era preciso também falar sobre a denúncia na campanha, que ela é uma ferramenta importante de combate."

Nesse período, elas passaram por cerca de seis ou sete reuniões, participaram do primeiro treinamento com supervisores das estações, viram a gestão do metrô mudar após a eleição do governo estadual e chegaram a achar que o projeto iria por água abaixo.

"Eu me impressionei muito com a burocracia. A gente convencia um departamento e aí tinha que passar para outro. Isso me incomoda muito, foi quase um ano e meio entre falar com o metrô e a campanha ir para os trens", disse Nana à BBC.

"Esse tempo não e o mesmo que o da usuária do metrô, não é o tempo em que o assédio acontece."

Resistência

Na primeira reunião, ainda houve um pouco de desconfiança. "Percebi que o ponto mais crítico era fazer eles entenderem a gravidade da situação. Para algumas pessoas, isso parecia mais evidente, para outras, não. São empresas masculinas, dominadas por homens da base ao todo", comenta Ana.

"Eu senti na primeira reunião isso de 'quem são vocês? e o que estão fazendo aqui?'. Depois eles foram se acostumando e vendo que a gente entendia disso, do tema violência de gênero. Dá uma diferença gritante da primeira reunião com o primeiro treinamento. Tinha gente que achava que isso não era importante", completa Nana.

Em uma palestra explicativa para supervisores de estações sobre o que é assédio e por que ele é ruim, elas contam que puderam ver estampado no rosto dos funcionários do metrô a surpresa com que receberam as informações.

"Foi falado que assédio não é elogio e etc. e, enquanto explicavam isso, víamos que as funcionárias mulheres concordavam, mas os homens não entendiam. É algo tão naturalizado que eles não entendem como isso pode ser uma violência. E isso não é no metrô, é em qualquer lugar", contou Nana.

Com a aproximação das eleições estaduais, houve uma parada na evolução do processo, que só foi retomado em fevereiro deste ano – sempre acompanhado de cobranças das duas. Apesar de o governador Geraldo Alckmin ter sido reeleito, houve uma mudança de gestão, então foi necessário retomar as discussões.

Mudanças

Acompanhando de perto e de longe ao mesmo tempo – Ana Carolina e Nana não participaram da concepção da campanha na agência de publicidade, mas mantinham uma troca de e-mails frequente com o Metrô para saber o andamento do processo –, as jornalistas foram chamadas para participarem da campanha estampando uma das peças.

"Você não está sozinha. Estamos unidas contra o abuso sexual", diz o cartaz que traz as duas junto com uma funcionária do Metrô e outra usuária do transporte.

No Metrô, a campanha está sendo veiculada por meio de cartazes distribuídos nas linhas azul, verde e vermelha, pelos monitores nos trens e também conta com a distribuição de panfletos nos horários de pico, além de divulgação diária nas redes sociais.

Segundo a Secretaria de Transportes Metropolitanos, "no Metrô, as manifestações pelo SMS Denúncia (97333-2252) passaram de 10 casos em 2013 para 62 em 2015 (de janeiro a agosto)".

Ainda de acordo com dados oficiais, dos casos denunciados, "89% dos abusadores descritos pelas vítimas são detidos pelos agentes do Metrô e encaminhados para a Delpom, Delegacia do Metropolitano, órgão responsável pela investigação dos crimes no sistema metroferroviário paulista".

Ana Carolina e Nana disseram que na CPTM a situação é um pouco mais complicada. Com menos verba, sem tantas câmeras monitorando os trens e com muitos funcionários terceirizados, fica mais difícil controlar e coibir o assédio. Na CPTM, só está sendo veiculado pelas rede sociais.

"Na CPTM não andou. Eles começaram campanhas nas redes sociais, mas nem sempre tem orçamento. Houve dois casos da CPTM em que o agressor era o próprio funcionário. E aí você pensa: por onde começar? Na CPTM, o sistema é falho, a segurança é frágil, não há câmeras em todos os trens, há um obstáculo estrutural."

Ainda assim, a CPTM afirmou que recebeu 106 mensagens relacionadas a abuso neste ano e que, "em 98% dos casos, os molestadores foram identificados, encaminhados às delegacias e as usuárias registraram boletins de ocorrências".

Como próximos passos, tanto Ana Carolina quanto Nana pensam em ver a ação que elas levaram para o Metrô virar efetivamente uma política pública para os transportes metropolitanos.

"Como essa ação não virou uma política pública, acaba ficando jogado para as empresas. No começo a gente falava: esse caso aconteceu na Barra Funda, e eles diziam: mas foi na parte da CPTM ou do Metrô? Você acha que se o cara sai correndo com o p**** pra fora atrás de mim, eu vou estar preocupada em olhar o lado da estação que eu estou?", questionou Ana.

"Espero que isso seja o início de uma mudança de cultura interna do Metrô, que ele precisa também. Precisa de mais mulheres ali dentro. Não adianta fazer campanha bonita para o público, se dentro não faz nada", afirmou Nana.

Fonte da Notícia & Imagens: BBC Brasil

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Grupo protesta contra abusos sexuais na Estação Palmeiras-Barra Funda

Affonso Lobo, de 40 anos, foi um dos poucos homens a participar do ato (Foto: Anne Barbosa/G1)
Homem participa de protesto contra abuso sexual no Metrô
Um grupo protestou contra abuso sexual nos transportes públicos no início da noite de ontem (05/10/2015), na Estação Palmeiras-Barra Funda da Linha 3-Vermelha do Metrô de São Paulo. Os manifestantes protestaram com faixas, cartazes e alto-falantes.

O grupo reivindica apoio às vítimas e mais seguranças mulheres treinadas para lidar com casos de violência. Eles também pedem a instalação de uma delegacia especializada da mulher em uma estação do Metrô na região central da cidade e a divulgação do número real de abusos.

Presente no protesto, Julia Chandelier, de 18 anos, disse que já foi assediada, mas não chegou a denunciar o caso. "Ainda não há uma ação efetiva após a denúncia. A gente não se sente segura. Mas, esse tipo de crime não pode ficar impune."

Affonso Lobo, de 40 anos, foi um dos poucos homens a participar do ato. "O protagonismo tem de ser das mulheres, mesmo. Eu não sinto isso na pele. Mas, eu acho importante estar nessa luta, porque eu tenho mãe, irmã e amigas."

Essa é a segunda manifestação contra abuso sexual no transporte público organizada pelos coletivos feministas na cidade de São Paulo. Em 31/08/2015, o grupo se reuniu na estação República, na Linha 3-Vermelha, onde uma funcionária foi estuprada dentro de um guichê de recarga do Bilhete Único, em Abril de 2015.

No começo de Abril de 2015, o Metrô lançou a campanha “Você não está sozinha” contra o assédio sexual e divulgou um número de celular para os usuários poderem fazer denúncias. Em 24/09/2015 foi a vez da CPTM, que também lançou uma campanha contra abuso sexual nos trens. A ação conta com ajuda de 12 blogueiros para incentivar as denúncias.

Fonte da Notícia: G1-SP
Imagem de Anne Barbosa