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domingo, 6 de março de 2016

Relatório sobre os Transportes Metropolitanos em São Paulo expõe problemas e avanços tímidos


Obras da 2ª Fase da Linha 15-Prata
Relatório sobre as ações e perspectivas em relação aos Transportes Metropolitanos, enviado à Assembleia Legislativa no final do ano passado, mostra que até mesmo o próprio governo do Estado de São Paulo não tem convicção plena sobre o andamento de algumas intervenções, admitindo problemas financeiros e em cronogramas de obras e na fabricação de trens para o Monotrilho, por exemplo.

Sobre a Linha 17-Ouro do Monotrilho, previsto para atender parte da Zona Sul de São Paulo e que teve os extremos de obras congelados, consta na síntese dos principais planos e ações que as obras estão em ritmo menor que o desejado, o que todos sabem, e que há preocupação em relação também à fabricação dos trens leves que circulam em elevados com pneus de borracha. Recentemente a Scomi, empresa da Malásia, e a brasileira MPE anunciaram que vão acabar a parceria para fabricação destes veículos. Na ocasião, o metrô havia afirmado à imprensa que a produção de trens estava dentro do esperado, versão diferente do relatório.

“As obras estão com andamento aquém do desejado, assim como, a fabricação dos trens e sistemas fixos, estão implicando em reprogramação das metas visando colocar o trecho em operação em 2018. A demanda prevista para o trecho 1 é de 161.000 passageiros dia útil, no horizonte de 2018, interligando-se com a Linha 9-Esmeralda da CPTM na estação Morumbi, com a Linha 5-Lilás do Metrô na Estação Campo Belo, bem como o Aeroporto de Congonhas, e operando com 14 trens.”

No relatório também, é apresentada outra meta sobre monotrilho, no caso da Linha 15-Prata a respeito do aumento do horário de operação. Segundo a proposta do Governo do Estado, os trens leves deveriam operar já em janeiro da 5h até a meia noite, o que não ocorreu. Até agora, o único trecho de monotrilho em operação de 2,9 quilômetros funciona das 6h às 20h.

“O primeiro trecho, Vila Prudente-Oratório, encontra-se em operação comercial, desde 10/08/2015, tendo ampliado sua faixa de operação das 6h até às 20h, desde o dia 20 de Dezembro de 2015. Está prevista a entrada em operação comercial plena (das 5h até 24h), em Janeiro de 2016.”

A respeito do Metrô, no relatório, o Governo do Estado de São Paulo cita com otimismo o andamento das obras para ampliação da Linha 5-Lilás mantendo a estimativa. A previsão é de que a operação dos trechos Adolfo Pinheiro -Brooklin e Brooklin-Chácara Klabin tenha início em 2017. Também, segundo o governo, está dentro do prazo esperado, a implantação de tecnologia que permitirá a operação do novo trecho da Linha 5-Lilás

“Os serviços contratados para fornecimento dos Sistemas de Alimentação Elétrica, Auxiliares (escadas rolantes, elevadores, ventilação, etc.), de Telecomunicações, de Sinalização e Controle (CBTC- comunicações via rádio digital e CCO), de Controle de Arrecadação e de segurança dos passageiros (SCAP e portas de plataforma), estão em andamento conforme as metas estabelecidas para o início das operações.” – complementa a Secretaria de Transportes Metropolitanos no relatório.

Uma das metas atingidas pelo Metrô foi a mudança de sinalização para o sistema CBTC na Linha 2-Verde. De acordo com Portal Via Trolebus, em matéria de 12/02/2016, a Linha 2-Verde começou neste ano a contar com o sistema operando todos os dias da semana. O CBTC permite melhor controle dos trens, diminuindo o espaço entre uma composição e outra com margem de segurança e assim aumentando o fluxo e oferta de transportes. O intervalo entre as composições pode ser reduzido com a sinalização.

“Em 2015, a implantação do sistema CBTC teve evolução na Linha 2-Verde, onde estão sendo realizados os testes operacionais para finalização de ajustes de software, visando o início de operação plena nos dias úteis.” – aponta o relatório.

No mesmo relatório a secretaria de transportes metropolitanos prefere evitar previsões de datas sobre intervenções que ainda são incógnitas, por exemplo, o Monotrilho da Linha 18-Bronze do ABC Paulista, cujas obras não começaram. O projeto do sistema de trens sobre elevados é marcado por uma discussão contratual a respeito da vinculação do início das operações da Linha 17-Ouro com a fase inicial das obras da Linha 18-Bronze. Uma cláusula diz que somente após testes na Linha 17-Ouro, que não foi concluída, será possível começar a construção da Linha 18-Bronze. Já o metrô não interpreta desta maneira. O Monotrilho da Linha 18-Bronze apresenta outros entraves como a própria situação da parceria entre MPE e Scomi fabricantes dos trens, dificuldades financeiras e aspectos não previstos no projeto original e que ainda não têm solução definida, como galerias de água na Avenida Brigadeiro Faria Lima, em São Bernardo do Campo. As galerias não foram contempladas no projeto e agora há dúvidas sobre em qual lado da avenida serão colocadas as vigas do elevado do Monotrilho.

Fonte da Notícia: Blog Ponto de Ônibus
Créditos da Imagem Reservados ao Autor

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