Obras da 2ª Fase do Monotrilho da Linha 15-Prata |
O Metrô paulista, meio de transporte apontado como solução
estrutural para os problemas de mobilidade da maior cidade do país,
está com suas metas de expansão comprometidas.
Seja por questões
técnicas ou por falta de dinheiro, o Governo Geraldo Alckmin não
tem conseguido cumprir as promessas feitas durante eleições passadas.
A
previsão em 2012 era chegar a 100 km de linhas em 2014, mas hoje só há
78,4 km em funcionamento. Nos últimos três anos, a expansão se resumiu a
apenas 4 km.
Agora, há entregas quem foram adiadas para 2018,
2020 e outras para as quais sequer há prazos. Das sete obras ou projetos
em andamento na capital todas estão fora do cronograma inicialmente
anunciado.
Atualmente, o Metrô transporta diariamente 4,7 milhões
de pessoas - o equivalente a um terço de toda a população da cidade de
São Paulo.
Como todo político que disputa o governo paulista, Alckmin também
fez da expansão da rede uma das maiores promessas na campanha nas três
vezes em que concorreu e venceu a corrida pelo Palácio dos Bandeirantes:
2002, 2010 e 2014.
Na última campanha, o plano foi apresentado
como “a maior expansão da história do metrô”. O mote do jingle do
governador na TV era “andou geral”.
Imprevistos na execução de projetos, impasses jurídicos com construtoras e falta de dinheiro frustraram a meta.
O
Ministério Público Estadual abriu inquéritos em setembro de 2015 para
investigar atrasos e denúncias de “má qualidade” dos projetos de duas
obras.
Obras da 2ª Fase da Linha 5-Lilás |
Os sucessivos atrasos nas obras e
nos projetos do setor metroferroviário colocam em evidência a gestão
tucana, há 20 anos no comando do Palácio dos Bandeirantes.
Em
setembro, a Promotoria de Defesa do Patrimônio Público Estadual do
Ministério Público Estadual abriu inquéritos para investigar os motivos
dos atrasos e denúncias de má qualidade nos projetos das Linhas 15-Prata
e 17-Ouro. O Metrô disse que já apresentou os esclarecimentos
solicitados.
A oposição afirma que atribuir os atrasos à crise
econômica é “desculpa”. “As obras da Linha 15-Prata atrasaram porque se
descobriu um rio no trajeto. Não é possível que não se soubesse isso.
Houve um erro gritante, grosseiro [de estudo da área]”, diz O Deputado Estadual Alencar Braga, membro da Comissão de Transporte da
Assembleia. Braga se refere à galeria do córrego da Mooca, na avenida
Professor Luiz Ignácio Anhaia Mello, que impediu a instalação das vigas
em 2014. O projeto precisou ser refeito.
Segundo o deputado, a
comissão também apresentou representações ao Ministério Público contra o
governo e pretende convocar neste ano para prestar esclarecimentos à
Assembleia os representantes do Metrô e da Companhia Paulista de Trens
Metropolitanos (CPTM).
Dança das cadeiras
No final do ano
passado, os atrasos contribuíram para a troca do comando da Secretaria
de Transportes Metropolitanos. Meses depois, em 2015, Alckmin mudou a
presidência da CPTM, após o então presidente Mário Bandeira ser
indiciado por suspeita de participação em um esquema de cartel
envolvendo contratos da companhia. Ele nega.
As duas obras em
andamento de competência da CPTM, as linhas de trens 9-Esmeralda e
13-Jade, também estão com atraso. Para ambas a companhia chegou a prever
entrega para 2014, mas as estimativas foram revistas para o decorrer de
2017 e 2018.
Crise econômica como justificativa
Obras da 2ª Fase da Linha 4-Amarela |
As últimas revisões de prazo anunciadas foram das obras do Monotrilho da Linha 17-Ouro, que prevê conexão com o Aeroporto de Congonhas, e da extensão da Linha 2-Verde até Guarulhos, conforme revelado pelo "O Estado de S. Paulo".
Até
o fim do ano passado, a extensão da Linha 2-Verde era o único projeto
considerado dentro do cronograma pelo Metrô. A revisão agora anunciada
suspende o início das obras por um ano.
Em 2015, o Metrô dizia que
8 de 18 estações seriam entregues em 2017, agora a previsão é 2018. A
decisão foi publicada no Diário Oficial em dezembro e a empresa atribuiu
a mudança às consequências da crise econômica, que afetou a arrecadação
do Estado.
Segundo o Metrô, a prioridade da atual gestão é concluir as obras já em andamento.
Em nota ao Nexo
para explicar o atual tamanho da rede metroviária, inferior ao
previsto, o Metrô afirma que as obras de expansão são custeadas com
recursos exclusivamente do Estado, com "contribuições pontuais" da
Prefeitura de São Paulo. Em 2015, o governo paulista reclamou do atraso
dos repasses prometidos pela gestão federal.
"Além disso,
interferências externas como ações judiciais e a necessidade de obtenção
de licenças para diversas etapas das obras também contribuem para o
descumprimento dos cronogramas originais", diz o texto.
Segundo a assessoria, apesar da complexidade das obras, o ritmo de expansão da rede de trilhos é "inédito da América Latina".
O que está em obras no Metrô
Linha 2-Verde
o que é: expansão da linha com a construção do trecho Vila Prudente-Dutra (até Guarulhos)
custo: R$ 11,8 bilhões
Contratos foram assinados, mas não há previsão para início das obras.
custo: R$ 11,8 bilhões
Contratos foram assinados, mas não há previsão para início das obras.
Linha 4-Amarela
o que é: expansão da linha com a construção trecho Vila Sônia-Butantã e entrega de 4 estações
custo: R$ 1,68 bilhão
Prazo estourou em 2012. Metrô planeja iniciar as obras até abril de 2016. Previsão é entregar estações Higienópolis-Mackenzie, Oscar Freire e São Paulo-Morumbi no decorrer de 2017. Entrega da Vila Sônia é prevista para 2019
custo: R$ 1,68 bilhão
Prazo estourou em 2012. Metrô planeja iniciar as obras até abril de 2016. Previsão é entregar estações Higienópolis-Mackenzie, Oscar Freire e São Paulo-Morumbi no decorrer de 2017. Entrega da Vila Sônia é prevista para 2019
Obras do Monotrilho da Linha 17-Ouro |
Linha 5-Lilás
o que é: prolongamento de Largo Treze-Chácara Klabin
custo: R$ 8,7 bilhões
Prazo estourou em 2014. Previsão agora é de entregar 9 das 10 estações restantes em 2017
custo: R$ 8,7 bilhões
Prazo estourou em 2014. Previsão agora é de entregar 9 das 10 estações restantes em 2017
Linha 6-Laranja
o que é: construção do trecho Brasilândia-São Joaquim
custo: R$ 9,6 bilhões
Parte da linha seria entregue em 2018, mas as obras começaram um ano depois do previsto e conclusão é estimada para 2020
custo: R$ 9,6 bilhões
Parte da linha seria entregue em 2018, mas as obras começaram um ano depois do previsto e conclusão é estimada para 2020
Linha 15-Prata (monotrilho)
o que é: construção do trecho Vila Prudente-Cidade Tiradentes
custo: R$ 7,1 bilhões
Foram entregues 2,9 km em 2014.
Previsão era entregar 11 estações em 2010 e as demais 7 em 2012. Agora meta é entregar 8 estações em 2018 (até São Mateus). Restante não tem data
custo: R$ 7,1 bilhões
Foram entregues 2,9 km em 2014.
Previsão era entregar 11 estações em 2010 e as demais 7 em 2012. Agora meta é entregar 8 estações em 2018 (até São Mateus). Restante não tem data
Linha 17-Ouro (monotrilho)
o que é: construção do trecho Jabaquara-Morumbi-Congonhas
custo: R$ 5,1 bilhões
Previsão era entregar em 2014. Meta atual é entregar o trecho Congonhas-Morumbi em 2017. Restante não tem data
custo: R$ 5,1 bilhões
Previsão era entregar em 2014. Meta atual é entregar o trecho Congonhas-Morumbi em 2017. Restante não tem data
Linha 18-Bronze (monotrilho)
o que é: construção do trecho Tamanduateí - Djalma Dutra (passa por São Caetano, Santo André e São Bernardo do Campo)
custo: R$ 4,5 bilhões
Cronograma inicial previa entrega dos primeiros trechos em 2015. Não há mais previsão
custo: R$ 4,5 bilhões
Cronograma inicial previa entrega dos primeiros trechos em 2015. Não há mais previsão
Fonte da Notícia: Nexo
Imagem 1: Fernando Giolo
Imagem 2: Portal Via Trólebus
Imagem 3: Créditos Reservados ao Autor
Imagem 4: Metrô
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