O Governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, reforçou ontem, em entrevista à Jovem Pan que está trabalhando para
evitar que os funcionários do Metrô paralisem as operações durante a
Copa do Mundo e instaurem o caos no transporte público. Alckmin revelou
que espera que haja “bom senso e cooperação” por parte dos metroviários
para que a população não seja negativamente afetada.
"Nós estamos fazendo tudo que é possível. Espero que haja bom senso,
espírito de cooperação de todos. Isso prejudica a população, prejudica
fortemente porque nós transportamos 4,8 milhões de passageiros por dia
pelo metrô”, lembrou o mandatário. Ainda de acordo com ele, o Palácio
dos Bandeirantes já está em “pleno processo de negociação” e não há
razão para greve já que as conversas não estão esgotadas.
O governador está atento à possibilidade de paralisação de metroviários amanhã, no entanto, afirmou que não será possível para
os milhões de passageiros obter a passagem livre pelas catracas do
metropolitano. Ele explicou que, como empresa, o Metrô não teria
condições financeiras de fornecer o benefício. “O dinheiro não é meu, o
dinheiro é da população, é com esse dinheiro que é pago o salário do
metroviário. Então, não pode ter catraca livre, o dinheiro é público”.
Questionado sobre o investimento estadual em transporte de passageiros
via ferrovia, o governador detalhou um projeto que promete integrar as
principais cidades de São Paulo. Segundo Alckmin, o estado espera
autorização do governo federal para implantar um sistema de mobilidade
"intercidades" por meio de trens de média velocidade.
“Nós estamos fazendo um programa intercidades, já pedi ao governo
federal. O trem sai de Americana, Campinas, vem para para São Paulo,
Santo André até Santos. E oeste-leste sai de Sorocaba, São Roque, São
Paulo até Taubaté. Precisamos do lado do trem de carga, o espaço, porque
cabem cinco linhas. Já pedimos ao Ministério dos Transportes, se eles
nos derem o ok, nós lançamos o edital imediatamente”, contou no Jornal
da Manhã.
Alckmin falou ainda sobre a violência no estado envolvendo menores. Os
infratores são, tecnicamente, beneficiados pelo Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA), o que motivaria o jovem a cometer infrações outra
vez. O governador paulista pensa que é preciso fazer uma reforma no
documento prevendo, justamente, mais rigor para aquele que voltam a agir
fora da lei.
“[O estatuto] Não muda porque é legislação federal, alguns são contra e,
também, o status quo, a lei da inércia. Há um grande tabu com a questão
do ECA, é uma boa lei para proteger a criança, o adolescentes,
estabelecer os seus direitos, mas não dá resposta para o reincidente
grave. Então, o reicindente grave não passa três anos presos e sai com a
ficha limpa”, analisou.
O governador, portanto, contou aos ouvintes da Jovem Pan que já foi a
Brasília levar por escrito, ao presidente da Câmara Federal, Henrique
Alves uma proposta de mudança. E o deputado federal Carlos
Sampaio entrou com o projeto de lei. "Está tudo pronto para
ser votado, mas não vota”, pontuou.
Indagado sobre o número de roubos em São Paulo, o governador tratou de
explicar a situação da violência como um todo. Ele reforçou a
importância de se trabalhar para diminuir os casos de roubo, assim como
está sendo feito com os de homicídio. Porém, chamou atenção para um
trabalho mais incisivo contra o latrocínio, que geralmente está ligado
ao roubo de carros.
“Nós estamos fazendo um esforço enorme na redução de roubo e furto de
automóvel, então, cria primeiro “fechamento de desmanche”. Neste mês de
junho, entra em vigência a lei, vai poder saber cidade por cidade na
internet se tem algum desmanche legalizado. Nós vamos fechar os
desmanches”, disse.
A atuação do crime organizado também preocupa o governo do estado. De
acordo com Alckmin, existe um trabalho constante para diminuir o poder
de facções criminosas em São Paulo: “Crime organizado é uma luta
permanente. Você nunca vai poder dizer resolveu, acabou”.
E continuou: “Nós temos 216 mil presos, nós temos 22% da população
brasileira e 38% da população carcerária, é o estado que mais trabalha,
mais prende, mais tira criminoso da rua. É evidente que em qualquer
lugar que tenha três pessoas tem organização. Tem que combater
permanentemente e investigar”.
Ainda sobre a violência, Alckmin disse que durante a Copa do Mundo a
polícia paulista e o contingente do exército, cedido pelo governo
federal, estão preparados para manter a ordem. “A presidenta Dilma
ofereceu aos estados ter as Forças Armadas, nós agradecemos e aceitamos.
O comando é da Polícia Militar, mas é sempre bem-vindo o reforço das
Forças Armadas quanto da Polícia Federal”.
Sobre as declarações do ex-jogador de futebol Ronaldo, de que a polícia
deveria agredir fisicamente vândalos durante as manifestações, o
mandatário paulista explicou que é preciso respeitar os protestos e que o
estado de São Paulo investiu em infra-estrutura para que, de fato,
exista um legado da Copa para a população.
“Manifestação é legítima e nós temos que respeitá-la e até garantir a
segurança dos que fazem manifestação. Nós temos 12 estádios no Brasil,
nove são dinheiro público e três são privados. São Paulo, Curitiba e
Porto Alegre. E no caso de São Paulo, não tem um centavo nem para a
festa de abertura. Nós temos obras para a cidade, Radial Leste, o
Mergulhão (...) São obras para uma região de 4,5 milhões de pessoas”,
contou.
A falta de água no estado também foi analisada por Alckmin nos estúdios
da Jovem Pan. O governador explicou que a situação de seca é atípica e
tem ocorrido em outras partes do mundo. Além disso, a região
metropolitana está localizada em uma região em que obter é água é uma
tarefa mais trabalhosa por não ter um rio volumoso por perto, por
exemplo.
“Nós tivemos uma seca que é raríssima, coisa de 100 em 100 anos. Aliás,
não só aqui. Tivemos na California, Austrália, Chile. E veja essas
mudanças climáticas, ao mesmo tempo que no sudeste não choveu, dezembro,
janeiro, fevereiro, março, lá no norte em Rondônia, no Rio Madeira,
tudo debaixo água. Excesso de seca, excesso de chuva. Nós temos 22
milhões de pessoas, aqui é 700 metros de altitude e vamos buscar água em
Minas Gerais”.
Ao falar das providências para minimizar o impacto da crise, Alckmin
detalhou o plano de abastecimento do governo. “Nós temos seis sistemas
de água em São Paulo, o Cantareira, que é o maior, Alto Tietê,
Guarapiranga, Alto Cotia, Baixo Cotia e o Rio Grande. Uma parte do
Guarapiranga atendeu a zona sul, uma parte do Alto Tietê a zona leste e
nós conseguimos suprir 1,6 milhão de pessoas sem o Cantareira. Vamos
chegar até setembro a 2,1 milhões de pessoas que estarão sendo
abastecidas por outros sistemas”.
O tucano falou também sobre a manutenção da tarifa do metrô neste ano, a
multa para quem disperdiça água, a eleição para o governo do estado e a
sinalização para turistas que chegam em Itaquera para a Copa do Mundo.
Fonte da Notícia: Rádio Jovem Pan
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