Obras abandonadas da Linha 17-Ouro |
A Ferrofrente ingressou na
Justiça com um pedido de produção antecipada de provas, visando uma
ação civil pública, pedindo para esclarecer o que chama de "abandono das
obras da Linha 17-Ouro do Metrô - o Monotrilho".
Conforme o
presidente da entidade, José Manoel Ferreira Gonçalves, o processo foi
protocolado na 4ª Vara da Fazenda Pública do Estado de São Paulo.
Segundo ele, entre Janeiro e Fevereiro de 2016, o Metrô rescindiu contratos com
os consórcios responsáveis, alegando que houve abandono da obra.
"O
que nós queremos é a verdade, pois há muita desinformação sobre o
assunto. O Metrô cancelou contratos com empresas e falta um trecho de 8
km até o Aeroporto de Congonhas a ser concluído", afirma Gonçalves.
"Também
queremos um mecanismo para criar um fundo indenizatório que compense a
população pelos problemas no investimento", acrescenta ele
O
Tribunal de Justiça confirmou que a ação, protocolada em 23/02/2016, foi encaminhada para um juíz, mas ainda não há decisão sobre o
assunto.
Em nota, o Metrô diz que concluirá nesta semana a
rescisão de contratos e irá consultar empreiteiras participantes do
processo licitatório para a continuidade das obras. A empresa ainda
afirma que não foi notificada pela Justiça.
Já a construtora
responsável por parte das obras, o consórcio formado por Andrade
Gutierrez/CR Almeida, divulgou, em nota à imprensa em Janeiro de 2016, que a
suspensão das obras ocorreu porque o Metrô atrasava repasses, a entrega
de planejamento das obras e de projetos, o que impossibilitava o
andamento das frentes de trabalho.
A construtora diz que buscou,
durante meses, negociação com o Metrô em relação à questão, antes de
também ir à Justiça no caso. Procurado no começo de Março de 2016, consórcio
reiterou a nota que já havia sido divulgada em Janeiro de 2016..
Veja abaixo a nota do Metrô sobre a situação do Monotrilho:
"A
Linha 17-Ouro encontra-se em obras no trecho que liga o Aeroporto de
Congonhas à rede metroferroviária por sistema de Monotrilho. A linha
terá 17,6 km de extensão com 18 estações. O trecho prioritário terá 7,7
km e 7 estações, entre Jardim Aeroporto e a Chucri Zaidan, está em
andamento. O Investimento neste trecho é de R$ 2,4 bilhões. A prioridade
é a conclusão deste trecho, antes de dar início a novas frentes de
trabalho.
O Consórcio TIDP (formado pelas empresas Tiisa e DP
Barros) é responsável pela construção de quatro estações: Jardim
Aeroporto, Congonhas, Brooklin Paulista e Vereador José Diniz. Já as
obras para a construção do pátio e das estações Campo Belo, Chucri
Zaidan e Vila Cordeiro foram abandonadas pelo Consórcio CMP (integrado
pelas empresas Andrade Gutierrez e CR Almeida). O Metrô conclui esta
semana a rescisão dos contratos, com multas que podem passar de R$ 100
milhões, e já consulta as empreiteiras participantes do processo
licitatório para continuidade das obras.
O Metrô também analisa
qual configuração será adotada no contrato com o consórcio CMI (formado
por Andrade Gutierrez, CR Almeida e Scomi-MPE), uma vez que das empresas
que compõe o grupo, apenas a Scomi manifestou interesse em concluir o
contrato.
A estimativa é de que até o final de Março de 2016 a situação esteja equacionada e que os serviços sejam retomados já em Abril."
Veja a nota do Consórcio Andrade Gutierrez/CR Almeida sobre a Linha 17-Ouro:
Obras abandonadas da Linha 17-Ouro |
"Com
o objetivo de restabelecer a verdade sobre os fatos envolvendo as obras
da Linha 17-Ouro do Metrô de São Paulo, o consórcio construtor, integrado
pelas empresas Andrade Gutierrez e CR Almeida, vem a público esclarecer
os seguintes pontos:
1) O Consórcio AG-CRA foi surpreendido,
ontem, com a notícia do Jornal Valor Econômico intitulada “Empreiteiras
abandonam obra de Monotrilho”. Além de não ser verídica, a notícia beira
o absurdo e deixa claro o descompromisso do Metrô de São Paulo com a
verdade.
2) Cabe ressaltar, inclusive, que o próprio consórcio
AG-CRA, diante dos sucessivos atrasos por parte do Metrô e da sua falta
de planejamento para as obras, ajuizou ação no dia 10/12/2015 com o objetivo de rescindir o escopo das obras civis do contrato de
Via da Linha 17-Ouro, muito antes da suposta rescisão que foi objeto da
matéria jornalística em questão. Além disso, o consórcio possui vasto
material documental que comprova que durante dois anos tentou
solucionar, sem sucesso, as questões junto ao Metrô. Causa estranheza o
fato desse tipo de divulgação ser feita agora, apenas depois do
ajuizamento da ação por parte do consórcio e mais de dois anos de
constantes tentativas de negociação com o Metrô.
3) Há meses as
empresas buscam uma negociação com o Metrô em relação aos problemas
enfrentados nas obras, como a falta de liberações de frentes de serviço,
fornecimento de projetos executivos e interfaces com demais contratos
da Linha 17-Ouro, atividades estas de responsabilidade do Metrô de São Paulo.
4)
Esses fatos geraram uma série de atrasos no cronograma das obras, assim
como um grande desequilíbrio econômico financeiro nos referidos
contratos. Prova disto é o fato de que tais contratos foram assinados
com prazo de execução de 24 meses e, hoje, transcorridos mais de 32
meses, tais questões ainda não foram solucionadas pelo Metrô de São
Paulo. Questões como estas impediram a conclusão das obras no prazo
contratado e impedem que haja qualquer possibilidade de planejamento
futuro.
5) Um dos exemplos mais evidentes da falta de planejamento
por parte do Metrô de São Paulo aparece no fornecimento dos projetos
(essenciais para a execução das obras e de inteira responsabilidade do
Metrô). No “Contrato das Estações”, mesmo transcorrido todo o prazo
contratual e mais oito meses, ainda faltam aproximadamente 40% dos
projetos. No caso do “Contrato do Pátio” a situação é ainda mais grave,
faltando metade dos projetos sob a responsabilidade do Metrô de São
Paulo.
6) Vale ressaltar que o consórcio não foi notificado em
nenhum momento da decisão de rescisão dos contratos, tão somente tendo
sido informado do assunto pelos jornais. Causa espanto, justamente
porque estavam em curso diversas negociações com o Metrô, nunca tendo
sido aventada a possibilidade de abandono da obra por parte do
consórcio.
7) É público e notório que o contrato da Linha 17-Ouro, que é
fundamental para a execução dos contratos do “Pátio” e das “Estações”,
vem sofrendo desde seu início com a falta de liberação de frentes de
trabalho, como por exemplo a suspensão dos trechos 2 e 3, pelo Metrô em
razão de sua incapacidade em liberar as áreas necessárias à execução das
obras, que causaram impossibilidade de planejamento e têm sido objeto
de diversas reuniões entre AG-CRA e o Metrô na busca de soluções
viáveis.
8) Em que pesem tantas e tão graves dificuldades, o
Consórcio sempre se manteve mobilizado e executando as obras e serviços
possíveis, na expectativa de que o Metrô viesse a equacionar os
problemas de sua obrigação, razão pela qual se surpreende com a notícia
que, se levada a efeito, demonstrará mais uma vez o descaso do Metrô de
São Paulo para com suas contratadas da Linha 17-Ouro bem como com a verdade."
Fonte da Notícia: Revista Ferroviária
Imagem 1: Sérgio Mazzi
Imagem 2: Sérgio Mazzi
Nenhum comentário:
Postar um comentário