Canteiro de obras da Linha 17-Ouro abandonado |
A implantação da Linha 17-Ouro do Monotrilho de São Paulo, que
deveria servir a zona sul da capital paulista, e ter sido entregue em
2012 pode sofrer mais obstáculos.
De acordo com matéria do Jornal Valor Econômico, o Metrô de São Paulo deve rescindir mais um
contrato com consórcio de construtoras formado pela Andrade Gutierrez e
CR Almeida. Em Janeiro de 2016 já tinham sido suspensos outros dois contratos
com os mesmos grupos empresariais também por paralisação das obras,
segundo o governo do estado.
O terceiro contrato a ser rescindido se refere a obras civis do
elevado do monotrilho. Os outros dois se referem a um pátio para os
trens leves e a estações.
A Andrade Gutierrez e CR Almeida, responsáveis pelos três lotes,
alegam dificuldades financeiras, em parte atribuídas pelas empresas ao
Metrô.
Em nota, a Andrade Gutierrez, uma das integrantes do consórcio, disse
que os atrasos se deram por responsabilidade do Metrô e que no dia 10/12/2016 entrou na justiça para rescindir o contrato das obras.
“Há meses as empresas buscam uma negociação com o Metrô em
relação aos problemas enfrentados nas obras, como a falta de liberações
de frentes de serviço, fornecimento de projetos executivos e interfaces
com demais contratos da Linha 17-Ouro, atividades estas de responsabilidade
do Metrô de São Paulo.”
O Metrô respondeu dizendo que a construtora omitiu informações e que foi derrotada na Justiça.
Havendo a concretização de mais esta rescisão, serão suspensos três
dos quatro contratos para construção do trajeto do Monotrilho que, no
ano passado, teve os projetos dos extremos congelados, segundo o Metrô,
por falta de verbas.
As obras para 17,7 quilômetros de Monotrilho na Linha 17-Ouro tinham custo
estimado de R$ 3,9 bilhões, com previsão de entrega total em 2012.
Hoje, o orçamento está 41% mais caro somando R$ 5,5 bilhões. Atualmente,
o custo por quilômetro seria de R$ 310 milhões.
Hoje em dia só estão em andamento as obras de 7,6 quilômetros dos
17,7 quilômetros previstos. O trecho em andamento é de responsabilidade
do consórcio TIDP -Tiisa e DP Barros.
O Metrô já começou o processo para o descredenciamento do terceiro
trecho e já consulta empreiteiras participantes da licitação para
continuar as obras.
O segundo colocado foi o consórcio formado por Queiroz Galvão, OAS, Bombardier Transit e Bombardier Transportation Brasil.
De acordo com a reportagem, porém, para este terceiro trecho, até o
momento, apenas uma das quatro empresas do consórcio CMI, responsável
pelo fornecimento do material rodante e por parte das obras civis,
manifestou interesse em concluir o contrato. Trata-se da empresa Scomi,
da Malásia, responsável pela fabricação dos trens.
Obras da Linha 17-Ouro |
Parceria com a Scomi (fabricante dos trens) deve ser desfeita
Os entraves para Linha 17-Ouro do Monotrilho não se limitam à construção
da linha e também envolvem a produção dos trens com pneus de borracha
que vão circular em elevados.
Todas as questões relativas à Linha 17-Ouro devem também influenciar na
construção da Linha 18-Bronze do Monotrilho ABC Paulista, já que existe uma
cláusula de contrato que diz que as obras da Linha 18-Bronze só podem ser
iniciadas após testes na Linha 17-Ouro, versão, entretanto, que não é
interpretada desta maneira pelo Metrô.
De acordo com a mesma matéria de Valor Econômico, a empresa da
Malásia Scomi e o grupo brasileiro MPE, que firmaram parceria para o
fornecimento dos trens leves da Linha 17-Ouro, devem se separar.
A empresa da Malásia deve assumir toda a encomenda. A MPE – Montagens
e Projetos Especiais está sendo investigada na Operação Lava Jato e, de
acordo com documentos internos do Metrô, analisados pelo Ministério das
Cidades que aprova liberação de recursos federais para mobilidade, a
situação econômica da MPE já preocupava o Governo do Estado de São Paulo
desde 2015.
A MPE teria deixado de fazer pagamentos para a Scomi e a fabricação
dos trens para o monotrilho na fábrica de Santa Cruz, zona oeste de São
Paulo, sede da MPE, está paralisada há cerca de seis meses, de acordo
com fontes do setor.
Já a Scomi não teria fornecido a equipamentos para os trens fabricados na fábrica da MPE em Santa Cruz.
A unidade em Santa Cruz foi reformada em 2012 para atender o pedido do Metrô de São Paulo.
Em nota, a Scomi informou que tem capacidade para cumprir as
obrigações contratuais com o Metrô assumindo a parte da MPE. A empresa
negou litígio, mas admitiu que “em qualquer parceria há dificuldades naturais para execução de um projeto de grande magnitude e amplo escopo”.
A Secretaria de Estado de Transportes Metropolitanos negou que haja
até o momento atraso na produção dos trens do monotrilho pelo consórcio
formado, além da Scomi e MPE, pelas construtoras Andrade Gutierrez e CR
Almeida – responsáveis pelas obras civis.
As construtoras alegaram dificuldades financeiras, algumas atribuídas à forma de contrato com o Metrô.
Inicialmente o monotrilho da Linha 17-Ouro deveria ter 24 trens com 3
carros (vagões) cada um, somando 72 carros (entre de tração e só para
passageiros). Agora, a encomenda foi reduzida um pouco, para 70
unidades, sendo 14 trens com 5 carros cada.
O motivo é o atraso das obras por causa de problemas em relação ao
projeto e à questões de licenciamento ambiental e a redução do traçado
original.
Fonte da Notícia e Imagem 1: Blog Ponto de Ônibus
Imagem 2: Créditos Reservados ao Autor
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