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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Obras da Linha 17-Ouro enfrenta novos entraves

monotrilho
Canteiro de obras da Linha 17-Ouro abandonado
A implantação da Linha 17-Ouro do Monotrilho de São Paulo, que deveria servir a zona sul da capital paulista, e ter sido entregue em 2012 pode sofrer mais obstáculos.

De acordo com matéria do Jornal Valor Econômico, o Metrô de São Paulo deve rescindir mais um contrato com consórcio de construtoras formado pela Andrade Gutierrez e CR Almeida. Em Janeiro de 2016 já tinham sido suspensos outros dois contratos com os mesmos grupos empresariais também por paralisação das obras, segundo o governo do estado.

O terceiro contrato a ser rescindido se refere a obras civis do elevado do monotrilho. Os outros dois se referem a um pátio para os trens leves e a estações.

A Andrade Gutierrez e CR Almeida, responsáveis pelos três lotes, alegam dificuldades financeiras, em parte atribuídas pelas empresas ao Metrô.

Em nota, a Andrade Gutierrez, uma das integrantes do consórcio, disse que os atrasos se deram por responsabilidade do Metrô e que no dia 10/12/2016 entrou na justiça para rescindir o contrato das obras.

“Há meses as empresas buscam uma negociação com o Metrô em relação aos problemas enfrentados nas obras, como a falta de liberações de frentes de serviço, fornecimento de projetos executivos e interfaces com demais contratos da Linha 17-Ouro, atividades estas de responsabilidade do Metrô de São Paulo.”

O Metrô respondeu dizendo que a construtora omitiu informações e que foi derrotada na Justiça.

Havendo a concretização de mais esta rescisão, serão suspensos três dos quatro contratos para construção do trajeto do Monotrilho que, no ano passado, teve os projetos dos extremos congelados, segundo o Metrô, por falta de verbas.

As obras para 17,7 quilômetros de Monotrilho na Linha 17-Ouro tinham custo estimado de R$ 3,9 bilhões, com previsão de entrega total em 2012. Hoje, o orçamento está 41% mais caro somando R$ 5,5 bilhões. Atualmente, o custo por quilômetro seria de R$ 310 milhões.

Hoje em dia só estão em andamento as obras de 7,6 quilômetros dos 17,7 quilômetros previstos. O trecho em andamento é de responsabilidade do consórcio TIDP  -Tiisa e DP Barros.

O Metrô já começou o processo para o descredenciamento do terceiro trecho e já consulta empreiteiras participantes da licitação para continuar as obras.

O segundo colocado foi o consórcio formado por Queiroz Galvão, OAS, Bombardier Transit e Bombardier Transportation Brasil.

De acordo com a reportagem, porém, para este terceiro trecho, até o momento, apenas uma das quatro empresas do consórcio CMI, responsável pelo fornecimento do material rodante e por parte das obras civis, manifestou interesse em concluir o contrato. Trata-se da empresa Scomi, da Malásia, responsável pela fabricação dos trens.

Obras da Linha 17-Ouro
Parceria com a Scomi (fabricante dos trens) deve ser desfeita

Os entraves para Linha 17-Ouro do Monotrilho não se limitam à construção da linha e também envolvem a produção dos trens com pneus de borracha que vão circular em elevados.

Todas as questões relativas à Linha 17-Ouro devem também influenciar na construção da Linha 18-Bronze do Monotrilho ABC Paulista, já que existe uma cláusula de contrato que diz que as obras da Linha 18-Bronze só podem ser iniciadas após testes na Linha 17-Ouro, versão, entretanto, que não é interpretada desta maneira pelo Metrô.

De acordo com a mesma matéria de Valor Econômico, a empresa da Malásia Scomi e o grupo brasileiro MPE, que firmaram parceria para o fornecimento dos trens leves da Linha 17-Ouro, devem se separar.

A empresa da Malásia deve assumir toda a encomenda. A MPE – Montagens e Projetos Especiais está sendo investigada na Operação Lava Jato e, de acordo com documentos internos do Metrô, analisados pelo Ministério das Cidades que aprova liberação de recursos federais para mobilidade, a situação econômica da MPE já preocupava o Governo do Estado de São Paulo desde 2015.

A MPE teria deixado de fazer pagamentos para a Scomi e a fabricação dos trens para o monotrilho na fábrica de Santa Cruz, zona oeste de São Paulo, sede da MPE, está paralisada há cerca de seis meses, de acordo com fontes do setor.

Já a Scomi não teria fornecido a equipamentos para os trens fabricados na fábrica da MPE em Santa Cruz.

A unidade em Santa Cruz foi reformada em 2012 para atender o pedido do Metrô de São Paulo.

Em nota, a Scomi informou que tem capacidade para cumprir as obrigações contratuais com o Metrô assumindo a parte da MPE. A empresa negou litígio, mas admitiu que “em qualquer parceria há dificuldades naturais para execução de um projeto de grande magnitude e amplo escopo”.

A Secretaria de Estado de Transportes Metropolitanos negou que haja até o momento atraso na produção dos trens do monotrilho pelo consórcio formado, além da Scomi e MPE, pelas construtoras Andrade Gutierrez e CR Almeida – responsáveis pelas obras civis.

As construtoras alegaram dificuldades financeiras, algumas atribuídas à forma de contrato com o Metrô.

Inicialmente o monotrilho da Linha 17-Ouro deveria ter 24 trens com 3 carros (vagões) cada um, somando 72 carros (entre de tração e só para passageiros). Agora, a encomenda foi reduzida um pouco, para 70 unidades, sendo 14 trens com 5 carros cada.

O motivo é o atraso das obras por causa de problemas em relação ao projeto e à questões de licenciamento ambiental e a redução do traçado original.

Fonte da Notícia e Imagem 1: Blog Ponto de Ônibus 
Imagem 2: Créditos Reservados ao Autor

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