Passageiros precisaram descer nos trilhos e
caminhar até Estação Brás, na Linha 3-Vermelha; de acordo com sindicato,
veículo que falhou recebeu o apelido de "trem problema"
Uma
falha em um trem da Linha-3 Vermelha do Metrô prejudicou o fluxo em
todas as estações da empresa e da CPTM, ontem, em São Paulo.
O
Metrô afirma que, por volta das 17h30, o cabo responsável por unir um
vagão ao outro de um trem que seguia em direção à estação
Corinthians-Itaquera quebrou, impedindo o veículo de se mover.
A
falha ocorreu próximo à estação Brás, quando os vagões estavam cheios.
Passageiros precisaram descer do veículo e caminhar sobre os trilhos
para evacuar o local, já que o trem ficou impossibilitado de seguir
adiante.
Apesar
de ninguém ter ficado ferido, a falha gerou um efeito cascata em toda a
malha ferroviária da cidade. Estações da linha Vermelha ficaram
abarrotadas de pessoas tentando embarcar, já que o Metrô precisou fazer
uma manobra entre as estações Brás e Pedro II para todos os trens
circularem em via única compartilhada, afetando a velocidade das
viagens.
Devido
ao fato de o vagão afetado estar localizado bem na parte central trem,
foram necessários dois veículos, um de cada lado, para rebocá-lo do
local, o que só ocorreu por volta das 19h45, segundo o Metrô.
A
situação só começou a se normalizar após esse horário, tornando a volta
do paulistano para casa em pleno horário de pico longa e desgastante.
As estações da CPTM também acabaram afetadas, já que houve grande fluxo
de passageiros do Metrô em direção a elas.
"Trem problema"
O
Metrô não confirma qual é a identificação trem que falhou ontem, mas, de acordo com fontes ouvidas pelo iG, foi o K24,
conhecido entre os operadores da empresa como o "trem problema".
"O
K24 é um trem famoso. Até brincamos com esse apelido de trem-problema,
porque as falhas nele não são novidade para nós", afirma Altino dos
Prazeres, presidente do Sindicato dos Metroviários de São Paulo. "Os
trens são compostos por seis carros, divididos em três blocos. E foi
justamente o pedaço de ferro que dividia o bloco do meio que quebrou,
desassociando-o do outro vagão. É uma situação grave."
Vice-presidente
da Cipa, Alex
Santana afirma que, apesar de a ocorrência não ter registrado nenhum
ferido, ela poderia ter resultados "catastróficos". "Não foi só um cabo
que quebrou, como diz a empresa. O engate é composto por dois ferros
acoplados a uma estrutura que tem de aguentar toneladas. O trem ficou,
literalmente, em duas partes", afirma ele. "Caso isso acontecesse em uma
curva, o carro poderia até ter descarrilado."
De
acordo com Santana, não há registro de casos semelhantes na história do
Metrô de São Paulo. No entanto, o histórico negativo da Frota K, que
transita pela Linha 3-Vermelha, a mais movimentada da capital paulista, é
bastante conhecido. Foi nela que, em agosto de 2013, um trem
descarrilou. E os casos não pararam por aí, em Setembro de 2014, o sindicato denunciou a ocorrência de quatro
incêndios em trens da frota em um curto espaço de 15 dias. Em novembro, a
Cipa afirmou que um trem da mesma frota precisou ser rebocado e
recolhido devido a trepidações violentas, responsáveis por prejudicar
usuários e funcionários. À época, os casos foram negados pelo Metrô.
Fonte da Notícia: Portal IG
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